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Inflação oficial acelera para 0,51% em novembro, maior taxa para o mês desde 2015

Preço das carnes aumentou 8,09% no mês. Em 12 meses, IPCA avançou para 3,27%, acima dos 2,54% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores, mas ainda abaixo da meta de inflação

06/12/2019 | 10:38

G1

Inflação oficial acelera para 0,51% em novembro, maior taxa para o mês desde 2015

Alta da carne

Foto: Reprodução/Ilustrativa

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, acelerou para 0,51% em novembro, depois de ter ficado em 0,10% em outubro, segundo divulgou nesta sexta-feira (6) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Este foi o maior resultado para um mês de novembro desde 2015, quando o IPCA ficou em 1,01%", informou o IBGE. Em novembro de 2018, houve deflação de 0,21%.

A alta no mês foi puxada pela aceleração dos preços do grupo "Alimentação e bebidas" (0,72%), impactado principalmente pelo aumento do preço das carnes (8,09%), que exerceram o maior impacto na taxa de inflação do mês. O item representou, sozinho, 0,22 ponto percentual (quase metade) do IPCA de novembro.
IPCA - Inflação oficial mês a mês
Variação mensal dos preços, em %
-0,21-0,21
0,150,15
0,320,32
0,430,43
0,750,75
0,570,57
0,130,13
0,010,01
0,190,19
0,110,11
-0,04-0,04
0,10,1
0,510,51
nov/18
dez//8
jan/19
fev/19
mar/19
abr/19
mai/19
jun/19
jul/19
ago/19
set/19
out/19
nov/19
0
-0,5
-0,25
0,25
0,5
0,75
1
jan/19
0,32
Fonte: IBGE
A disparada do preço das carnes decorre principalmente da maior demanda da China e da desvalorização do real frente ao dólar. “Isso incentiva a exportação, restringindo a oferta interna e elevando o preço dos produtos”, destacou o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

No acumulado no ano, a alta no preço das carnes chega a 12,15%. Em 12 meses, o avanço é de 14,43% – mais de 4 vezes maior que a inflação oficial do mês.

Veja abaixo a alta acumulada no ano nos preços das carnes:

Fígado: 9,42%
Carne de porco: 13,73%
Carne de carneiro: 1,68%
Contrafilé: 8,71%
Filé-mignon: 12,80%
Chã de dentro: 14,63%
Alcatra: 10,03%
Patinho: 11,94%
Lagarto redondo: 9,38%
Lagarto Comum: 12,36%
Músculo: 11,51%
Pá: 12,38%
Acém: 13,59%
Peito: 15,29%
Capa de filé: 15,54%
Costela: 14,18%
Acumulado em 12 meses sobe para 3,27%
Com o resultado de novembro, o índice oficial de inflação acumula alta de 3,12% no ano. Em 12 meses, o IPCA avançou para 3,27%, acima dos 2,54% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores, mas permanecendo abaixo da meta definida pelo governo para o ano (4,5%), o que sustenta as apostas de um novo corte neste mês na taxa básica de juros, atualmente em 5% ao ano.

Apesar da aceleração dos preços neste final de ano, a inflação segue comportada e em patamar baixo, favorecida pelo ritmo de recuperação ainda fraco da economia, desemprego elevado e demanda fraca.
Inflação em 12 meses
Variação acumulada do IPCA no período, em %
4,564,56
4,054,05
3,753,75
3,783,78
3,893,89
4,584,58
4,944,94
4,664,66
3,373,37
3,223,22
3,433,43
2,892,89
2,542,54
3,273,27
out/18
nov/18
dez/18
jan/19
fev/19
mar/19
abr/19
mai/19
jun/19
jul/19
ago/19
set/19
out/19
nov/19
0
1
2
3
4
5
6
mai/19
4,66
Fonte: IBGE

Loterias e energia também pesaram mais no bolso

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em novembro. A maior alta foi em em despesas pessoais, influenciado pela alta no item jogos de azar (24,35%), em razão dos reajustes nos preços das loterias federais.

Veja a inflação de novembro por grupos e o impacto de cada um no índice geral:

Alimentação e Bebidas: 0,72% (0,18 ponto percentual)
Habitação: 0,71% (0,11 p.p.)
Artigos de Residência: -0,36% (-0,01 p.p.)
Vestuário: 0,35% (0,02 p.p.)
Transportes: 0,30% (0,05 p.p.)
Saúde e Cuidados Pessoais: 0,21% (0,03 p.p.)
Despesas Pessoais: 1,24% (0,13 p.p.)
Educação: 0,08% (0 p.p.)
Comunicação: -0,02% (0 p.p.)

A alimentação no domicílio, que havia registrado deflação (-0,03%) em outubro, subiu 1,01% em novembro. Outro destaque de alta foi o custo da alimentação fora do domicílio, que subiu 0,21%, influenciada pelo item lanche (0,56%). Por outro lado, houve queda no preço da batata-inglesa (-14,27%), tomate (-12,71%) e cebola (-12,48%).

Nas despesas com habitação, a alta foi puxada pela alta da energia elétrica (2,15%), decorrente, em grande medida, da mudança de bandeira tarifária. Em outubro, estava em vigor a bandeira amarela, com acréscimo de R$ 1,50 para cada 100 quilowatts-hora. Em novembro, passou a vigorar a bandeira vermelha patamar 1, cujo valor foi reajustado de R$ 4 para R$ 4,169 a cada 100 quilowatts-hora.

No grupo "Transportes", os preços dos combustíveis subiram 0,78%, mas houve desaceleração em relação ao mês anterior, quando a alta foi de 1,38%. A gasolina subiu 0,42% e o diesel teve alta de 0,38%. Já as passagens aéreas ficam 4,35% mais caras.

Perspectivas e meta de inflação

A meta central de inflação deste ano é de 4,25%, e o intervalo de tolerância varia de 2,75% a 5,75%. Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), que está atualmente em 5% ao ano – mínima histórica.

A expectativa de inflação do mercado para 2019 segue abaixo da meta do governo. Os analistas das instituições financeiras projetam uma inflação de 3,52% no ano, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. Para 2020, a previsão é de uma inflação de 3,60%. No próximo ano, a meta central de inflação é de 4% e terá sido oficialmente cumprida se o IPCA oscilar entre 2,5% e 5,5%.
O mercado segue prevendo também mais um corte nos juros, com a Selic encerrando 2019 em 4,5% ao ano. Para o fim de 2020, a projeção continua em 4,5% ao ano.

Inflação por regiões

Quanto aos índices regionais, 7 das 16 áreas pesquisadas tiveram alta acima do IPCA de novembro, sendo que a maior variação regional foi em São Luís (1,05%). A região metropolitana do Recife e Aracaju registraram o menor índice (0,14%).

Veja todos os índices regionais:

São Luís:1,05%
Belém: 0,93%
Rio Branco: 0,72%
São Paulo: 0,70%
Goiânia: 0,70%
Campo Grande: 0,65%
Curitiba: 0,61%
Porto Alegre: 0,47%
Belo Horizonte: 0,46%
Vitória: 0,39%
Brasília: 0,38%
Salvador: 0,23%
Fortaleza: 0,22%
Rio de Janeiro: 0,17%
Recife: 0,14%
Aracaju: 0,14%

INPC de novembro foi de 0,54%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que é usado como referência para reajustes salariais, acelerou para 0,54% em novembro, ante 0,04% em outubro. Trata-se também do maior para um mês de novembro desde 2015. A variação acumulada no ano ficou em 3,22% e, no acumulado em 12 meses, o índice acelerou para 3,37%, acima dos 2,55% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.

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