O deputado federal Nelson Barbudo (PSL) deve oficializar sua pré-candidatura ao Senado, na eleição suplementar que ocorrerá em Mato Grosso em 2020, assim que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) publicar a decisão que cassou o mandato da senadora Selma Arruda (Podemos).
Segundo apurou a reportagem, Barbudo acredita ter viabilidade eleitoral suficiente para concorrer ao cargo. Na eleição de 2018, ele foi o candidato a federal mais votado no Estado, com 126.249 votos.
“Ele vai colocar o nome, mas só fará isso quando houver o acórdão. Ele tem sido coerente desde o início em não falar disso sem que haja a vaga”, disse uma fonte ouvida pela reportagem.
Dentro do PSL, entretanto, Barbudo pode ter duas frentes de resistências. Além dele, o deputado estadual Claudinei Lopes afirmou ter a intenção de concorrer ao cargo caso consiga o apoio que julga necessário.
“Eu não descarto. É uma possibilidade. Se a gente tiver apoio dos colegas, não só do PSL, mas de outros que estamos sempre em contato”, disse ao MidiaNews.
Já outro empecilho é se o presidente nacional do PSL, deputado federal Luciano Bivar, irá ou não interferir na escolha do nome do partido para a disputa.
Isso porque, tanto Barbudo quanto Claudinei já anunciaram que irão seguir o presidente Jair Bolsonaro para o partido Aliança pelo Brasil, assim que este for criado.
Com isso, o temor é que Bivar retalhe ambos no Estado e escolha um nome que ficará no PSL.
A reportagem tentou contato com Barbudo e com Bivar, mas ambos não atenderam as chamadas em seus celulares.
A cassação
Selma e seus suplentes Gilberto Eglair Possamai e Clérie Fabiana Mendes foram cassados pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE) em abril deste ano por omitir despesas na ordem de R$ 1,2 milhão durante a pré-campanha e campanha de 2018, o que configura caixa 2 e abuso de poder econômico.
Os gastos foram identificados na contratação da KGM, empresa de pesquisa eleitoral, e a Genius Publicidade.
Na noite de terça-feira (10), o Tribunal Superior Eleitoral confirmou a cassação, por 6 votos a 1.
Os ministros também decretaram a inelegibilidade de Selma e seus suplentes por um prazo de oito anos, além da realização de novas eleições em Mato Grosso.