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Saúde de MT diz estar preparada para o pior cenário da pandemia

Pico da doença no Estado deve acontecer entre abril e maio, segundo projeções de Secretaria

27/03/2020 | 10:35

Mídia News

Saúde de MT diz estar preparada para o pior cenário da pandemia

O médico Abdon Salam Khaled Karhawi

Foto: Mayke Toscano/Gcom-MT

O secretário de Estado de Saúde Gilberto Figueiredo afirmou que Mato Grosso vem se preparando para enfrentar o pior dos cenários referente aos casos da pandemia do coronavírus. A estimativa é que o pico da crise da doença se dê em 30 dias, entre a segunda quinzena de abril até a primeira de maio.

A mesma opinião tem o médico Abdon Salam Khaled Karhawi, que é especialista em infectologia e professor da Universidade Federal de Mato Grosso, e foi nomeado para auxiliar o Governo de Mato Groso.

“Estamos fazendo um plano para o pior cenário - e torcemos para que não tenhamos esse pior cenário - porque aí vamos conseguir passar por essa epidemia em desconforto menor e em condições para atender o máximo possível da população que demandar das unidades hospitalares do Governo do Estado, dos governos municipais e da rede privada”, disse Figueiredo.

Os números apresentados pelo secretário, durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (26), dão conta que o Governo do Estado possui dentro das unidades hospitalares gerenciada pelo mesmo o número de 79 leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs). Em 15 dias, o Estado planeja aumentar esse número para 179, com a criação de 100 novos leitos.

“Fazendo uma mudança no perfil dos nossos hospitais, parando as cirurgias eletivas, os ambulatórios e reservando a capacidade técnica deste hospital para atender os casos de agravo do coronavírus. Além dessa reformatação de todos os nossos hospitais, que permite chegar a quase 600 leitos clínicos disponíveis para atender o pico do agravamento dessa epidemia. Tomamos decisões para criar condições nos nossos ambientes hospitalares para atender os casos que serão graves”, disse.

Figueiredo informou ainda que em Mato Grosso o Sistema Único de Saúde (SUS) possui o total de 487 leitos UTIs e nas organizações privadas da área da saúde são mais 609 leitos. Em relação à enfermaria, Figueiredo anunciou 3.983 leitos conveniados ao SUS e 1.669 leitos privados.

“Estamos neste momento terminado uma compilação de qual é a estrutura hospitalar que será disponibilizada para atender o evento coronavírus. Cuiabá e Várzea Grande farão um levantamento e estamos finalizando um diagnóstico dos 141 municípios que dispõem de leitos SUS para atendimento. Isso está sendo feito para momento que chegarmos na previsão do pico máximo tenhamos a nossa capacidade máxima instalada”, disse.

Na projeção apresentada pelo secretário, algo em torno de 20% dos pacientes infectados com o coronavírus terão necessidade de uma assistência hospitalar.

“Mais uma vez reforçando à toda população: não é simplesmente ter um diagnóstico positivo do coronavírus que determina uma internação hospitalar. Praticamente 80% da população que vier a ser infectada pelo vírus não vai nem sequer ir a uma UPA, tampouco ser hospitalizada”, pontou.

Projeção em MT

Já o médico Abdon Salam Khaled Karhawi fez uma projeção da situação de Mato Grosso com o cenário da Itália, onde a pandemia provocou milhares de mortes.

De acordo com ele, ainda que o vírus avance no Estado com a mesma força que avançou no país europeu, o que não deve acontecer, Mato Grosso contará com um cenário “plausível de controlar”. 

“Podemos pegar a população italiana, que tem 60 milhões de habitantes. Até ontem havia 75 mil pessoas infectadas. Desse grupo de pacientes, 10% tiveram complicações mais graves. O cenário que nós temos é que a cada 1.000 pessoas, 200 precisarão de atendimento hospitalar. Dessas 200, 50 estarão em UTI. Esse é o respaldo científico que temos hoje”.

“Nesse cenário, se compararmos com Mato Grosso, temos uma estimativa de infectados de pouco mais de 4 mil pessoas. Isso deve gerar uma perspectiva de que 850 pessoas precisarão de atendimento hospitalar e, dentro desse grupo, cerca de 200 a 220 leitos de UTI”, afirmou.

Abdon ponderou que esses números estão projetados na perspectiva do pior cenário possível, que é o exemplo italiano. Por isso, ele reiterou a necessidade de a população continuar a seguir as determinações do Governo do Estado, no sentido de evitar o contato social, manter distanciamento mínimo de 1,5m e promover a devida higienização.

“Temos um cenário bem plausível de controlar, que está sendo calculado para atingir o ápice com 55 dias de infecção. Sendo que o nosso primeiro caso tem poucas semanas. De uma maneira objetiva, temos um cenário controlado”, ressaltou. 

Ampliação de leitos

O Governo de Mato Grosso tem definido uma série de ações para contar com a estrutura necessária de atendimento. No momento, as unidades geridas diretamente pelo Governo contabilizam 240 leitos clínicos disponíveis em oito hospitais. 

Com as medidas do Plano de Contingência, o Estado contará com o total de 616 leitos clínicos nos hospitais estaduais. 

Já o total de leitos das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) disponibilizados nos hospitais estaduais é de 126 leitos, entre neonatal, adulto e pediátrico. Com o Plano de Contingência, a rede de assistência do estado passará a ter 228 leitos de UTI.

Também está previsto o incremento de 376 leitos clínicos e 102 leitos de UTI adulto para o atendimento de pacientes com a Covid-19. O Hospital Metropolitano de Várzea Grande, por exemplo, terá ampliação de 200 leitos, passando a contar com um total de 260 leitos exclusivos para os casos de coronavírus.

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