Estatísticas apontam que o número real de pessoas infectadas com a Covid-19 (novo coronavírus) em Mato Grosso – como em demais estados do País – pode ser 10 vezes superior aos dados oficiais.
Com isso, aproximadamente 2 mil pessoas podem ter contraído a doença no Estado, já que o boletim oficial da Secretaria de Estado de Saúde mostra 205 casos confirmados até a última terça-feira (21).
“Se fosse possível recortar no tempo e testar 3,4 milhões de pessoas [toda a população de Mato Grosso], a quantidade de infectados não seria 205. Esse número é de quem procurou uma unidade hospitalar, fez a coleta e testou positivo” afirmou o secretário de Saúde, Gilberto Figueiredo, em coletiva de imprensa por meio das redes sociais, nesta quarta (22).
“Mas, estatisticamente, já tem se comprovado que o número de infectados é, no mínimo, 10 vezes maior”, emendou.
Segundo ele, a maioria esmagadora dessas pessoas sequer tem conhecimento que foi acometida pela doença, já que em muitos casos a Covid-19 se manifesta de forma assintomática.
Ainda durante a coletiva, o secretário admitiu preocupação com as medidas de flexibilização nas atividades econômicas que passam a valer em muitos Municípios do estado, a partir da próxima semana.
Segundo ele, as medidas devem contribuir para um aumento no número de casos registrados até o momento.
“Muitos estão soltos na população, de forma ‘invisível’, porque não sabem que estão infectados. E, a partir do momento que flexibilizar, essa pessoa vai voltar para rua, vai interagir com mais pessoas e vai contaminar mais pessoas”, disse.
“É a lógica. A flexibilização vai aumentar o número de casos? Muito provavelmente, sim. Mas tomara que a gente esteja num estágio já controlado”, afirmou.
Leitos hospitalares
De todo modo, segundo o secretário, a estrutura de saúde estará apta a receber pacientes que precisarem algum tipo de internação.
Conforme o secretário, o Estado dispõe atualmente de 104 leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e outros 403 de enfermaria exclusivos para pacientes com coronavírus.
O Executivo trabalha com uma meta de chegar até o próximo dia 4 com um total de 1.273 leitos, sendo 326 de UTI e 947 de enfermaria.
“Nosso caso não é como de alguns países que as pessoas estão morrendo em casa, porque não há estrutura hospitalar para recebê-las. Temos leitos disponíveis de UTI e enfermaria e vamos internar todos que tiver necessidade”, completou.
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