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Policial civil de Confresa escreve artigo sobre a disseminação de Fake News em tempos de pandemia de Covid-19

Leia na íntegra o artigo escrito pelo policial civil e morador de Confresa, João Paulo

07/05/2020 | 10:15 - Atualizada em 07/05/2020 | 10:18

Redação Olhar Alerta

Policial civil de Confresa escreve artigo sobre a disseminação de Fake News em tempos de pandemia de Covid-19

O investigador da PJC, João Paulo Ferreira

Foto: Reprodução

O policial civil João Paulo Ferreira, que atua como investigador na Delegacia de Polícia Judiciária Civil de Confresa, escreveu um artigo a respeito da disseminação das Fake News, as notícias falsas, durante os tempos de pandemia de coronavírus.

O artigo foi publicado e está disponível na plataforma Assertivo News para consulta.

A equipe do site Olhar Alerta teve acesso ao conteúdo. Veja na íntegra:

Fake News – a desinformação em época de Pandemia de Covid-19


Desde os tempos mais remotos da humanidade há notícias de utilização das fake news, tendo como finalidade a propagação de notícias falsificadas ou notícias inverídicas, também conhecidas como fofocas ou boatos. Traduzindo do Inglês para a Língua Portuguesa fake news significa “Notícia Falsa”.

Estamos vivendo diante da maior crise sanitária mundial de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), proporcionada pelo novo Corona Vírus (SARS-CoV-2). A desinformação, deliberada, gerada pela disseminação de fake news tem sido, cada vez, um problema contemporâneo gerando desgastes políticos, pânico social, desinformações, difamações, calúnias e injúrias.O veículo mais utilizado para propagação de notícias falsas é, sem dúvida, a Internet, através de redes sociais como Facebook, Instagram, Youtube e Whatsapp, em alguns casos pela televisão, jornais impressos e rádios.

Nas últimas décadas, a Internet revolucionou os meios de comunicação, aproximando as pessoas de todo o mundo, o que permitiu que as notícias falsas, ou verdadeiras, alcançassem inúmeras pessoas por todo o planeta em fração de segundos. Por outro lado, as fake news, por força da capacidade de comunicação associada à velocidade proporcionada pela Internet, ganharam força e poder imensuráveis.

Comumente, nas redes sociais, testemunhamos internautas compartilharem notícias falsas, mesmo sabendo que se trata de informações com fontes duvidosas e, em muitos casos, não verificam a veracidade da informação, ou não lêem o seu conteúdo previamente, gerando, desta forma, desinformação nas redes sociais. Em ambos os casos, a conduta é inquestionavelmente reprovável.

Durante a campanha eleitoral para governos estaduais, deputados, senadores e presidente da república no ano de 2018, as fake news bombardearam as redes sócias, em sua maioria com informações inverídicas sobre os candidatos e partidos políticos. NoBrasil, em tempos de pandemia de Covid-19, a prática é indecorosa, uma vez que os debates tratam de saúde pública, envolvendo risco a milhares de vidas, ou seja, com consequências trágicas para todo o país.

Em meio à pandemia de Covid-19, a Organização das Nações Unidas  (ONU) para a Educação, a Ciência e a Cultura – Unesco, chamou a atenção para o surgimento de uma segunda enfermidade: a desinfodemia. O termo foi evidenciado pela Unesco e foi definido como “desinformação básica sobre a doença de Covid-19“.

Diante a grave crise de saúde pública, a ONU considerou as fake news sobre o novo Corona Vírus mais mortal que qualquer outra desinformação.O que sem dúvidas, diante do cenário atual, é saber se o acesso à informação confiável pode significar a vida ou a morte em tempos de Covid-19.

A ONU, em parceria com o International Center for Journalists (ICFJ), divulgou uma pesquisa cujo principal tema foi a desinfodemia relacionada à origem e à disseminação do novo Corona Vírus. Enquanto cientistas identificaram o primeiro caso da Covid-19 ligado a um mercado de animais na cidade chinesa de Wuhan, fake news inundaram as redes sociais com teorias conspiratórias acusando as redes de telefonia celular 5G e até responsabilizando os fabricantes de armas químicas.

Ainda, de acordo com a pesquisa divulgada pela ONU, as fake news são recorrentes e estão relacionadas ao tratamento do vírus, sintomas, diagnóstico, aos impactos na sociedade, ao meio ambiente e sobre a repercussão econômica causada pela pandemia. A Unesco, através dessa publicação, procura lançar luz sobre os desafios e oportunidades associadas “à necessidade urgente de achatar a curva da desinfodemia e oferecer possíveis opções de ação”, pois, a carga viral das fake news só aumentará se as notícias não forem devidamente checadas antes de serem compartilhadas.

 O Instituto Reuters e a Universidade de Oxford realizaram um mapeamento que detalhou alguns dos principais tipos, fontes e reivindicações de desinformação sobre a pandemia. Identificou-se que 70% das informações publicadas sobre a Covid-19 tinham como fonte principal influenciadores digitais, incluindo políticos, celebridades e figuras públicas, sendo que 20% das informações eram fake news.

Obviamente, as orientações dos órgãos públicos é buscar as informações nos canais oficiais de comunicação da sua região. O Ministério da Saúde criou uma página especial para combater fake news sobre a Covid-19. As informações também podem ser verificadas através do número de WhatsApp 61-99289-4640, disponibilizado para que a população envie fatos duvidosos veiculados nas mídias sociais e aplicativos de mensagens, para serem checados por uma equipe técnica do ministério.

Por fim, não compartilhe informações antes de pesquisar e ter certeza da veracidade da notícia. Desconfie! Muitas vezes não é possível identificar facilmente uma notícia falsa, mas alguns pontos que elas têm em comum são o apelo e o exagero, ao apresentar dados e números, a pessoalidade dos áudios que citam nomes de outras pessoas e o pedido de compartilhamento que no final da suposta notícia que é solicitado para que a pessoa repasse aquele áudio, texto ou vídeo para os amigos e familiares.

João Paulo Ferreira da Silva é Investigador de Polícia na Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, graduado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Pós-Graduando em Computação Forense e Perícia Digital.​

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