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Fiocruz diz que MT negligenciou Covid e prevê 1,2 mil mortes

Epidemiologista afirma que gestores do Estado tomaram medidas isoladas e fizeram uma disputa

08/07/2020 | 09:38

Mídia News

Fiocruz diz que MT negligenciou Covid e prevê 1,2 mil mortes

O epidemiologista Diego Xavier, que expôs dados alarmantes sobre Mato Grosso

Foto: Reprodução

Estimativas feitas pela Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz) apontam que já neste final de semana Mato Grosso deve chegar à marca de 1,2 mil óbitos em decorrência da Covid-19 e registrar 28 mil casos da doença. 

A informação foi revelada pelo epidemiologista Diego Xavier, pesquisador do Laboratório de Informação em Saúde da fundação. 

O boletim divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde na noite da última terça-feira (7) contabilizou 23.506 casos confirmados do novo vírus e 896 mortes.

“Temos observado que os números de casos estão dobrando no Estado em cerca de cerca de 11 dias e os óbitos se duplicaram em nove dias, o que é bastante preocupante. Se o comportamento da doença continuar desta forma é esperado que até o dia 10, 11 de julho estejamos alcançando cerca de 28 mil casos e em torno de 1,2 mil óbitos até o final de semana”, disse Xavier.

Em entrevista ao Jornal do Meio-Dia, da TV Vila Real, o epidemiologista criticou medidas de relaxamento social adotadas no Estado nas últimas semanas e disse que a doença foi negligenciada pelo poder público. 

Xavier citou como um dos pontos cruciais para a escalada no número de casos e mortes pela doença as decisões discrepantes e a “guerra” travada entre gestores do Estado. 

“Tudo que estamos observando hoje em Mato Grosso é reflexo do que foi feito no passado: relaxamento sem cuidado, sem atenção, sem testar a população, sem saber onde vírus estava circulando”, afirmou. 

“A doença foi negligenciada por parte do poder público. A gente elege nossos líderes e líder é aquele que sabe para onde está indo e consegue levar outros com ele. Infelizmente, não é o que ocorreu aqui. A gente vê muitas medidas isoladas, uma verdadeira disputa entre municípios, governo Estadual, Federal e o vírus se aproveita exatamente disso para provocar esse dano incalculável na nossa população”, emendou. 

Isolamento é fundamental 

Ainda durante a entrevista, o epidemiologista reiterou a necessidade de as pessoas seguirem o isolamento social, especialmente nesse momento que Mato Grosso vive uma situação de colapso na saúde pública. 

A ocupação em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) exclusivos à pacientes Covid, por exemplo, passa de 93%, restando menos de 20 vagas em todo o Estado. 

“Dá para controlar esse aumento de casos tomando as medidas que são recomendadas: manter o isolamento social, usar máscara, abrir o comércio só o que for estritamente necessário, porque hoje o Estado atravessa o pior período da epidemia”, alertou. 

“O ponto importante da quarentena é que quanto mais ela funciona, mais a população acha que ela é desnecessária. E não é. É preciso manter o distanciamento para que o sistema de saúde tenha um respiro para poder absorver esses casos graves que vão aparecer no Estado”, concluiu.

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