Ao sair em defesa da reforma da Previdência em Mato Grosso, o governador Mauro Mendes (DEM) alfinetou – ainda que sem citar nomes – os deputados Valdir Barranco e Lúdio Cabral, ambos do PT.
Segundo ele, ao se posicionarem contra o texto encaminhado pelo Governo à Assembleia Legislativa, os dois parlamentares estão indo contra 95% da população do Estado em detrimento de uma pequena parcela dos servidores públicos.
Isto porque, conforme Mendes, a maioria esmagadora da população – incluindo aí servidores federais e da iniciativa privada – deverão seguir as regras da previdência aprovada em âmbito nacional, enquanto o funcionalismo público de Mato Grosso tem, segundo ele, alguns “privilégios”.
“95% dos cidadãos que vivem em Mato Grosso irão se aposentar aos 65 (homens) e 62 (mulheres) anos. Aqui temos servidores que se aposentam aos 45, 50 anos de idade. Isso é justo? A reforma vem justamente porque 5% de mato-grossenses não podem ter privilégio de aposentar nessa faixa de idade como muitos querem”, disse Mendes.
“Cadê os deputados do PT que dizem que defendem o trabalhador? A grande maioria dos trabalhadores se aposenta aos 65. Porque eles querem que outros se aposentem 15 anos antes? As pessoas têm que ser tratadas com direitos iguais”, emendou o governador.
As declarações foram dadas na manhã desta quinta-feira (9), em entrevista à Rádio Meridional de Sinop.
A reforma – enviada pelo Executivo - altera a idade mínima para aposentadoria dos servidores. Para homens será de 65 anos e 62 anos para mulheres. Compulsoriamente quando completar 75 anos para ambos os sexos.
O texto já foi aprovado em primeira votação na Assembleia, com placar de 17 a favor e seis contrários. Mas ainda existem impasses e discussões em torno do projeto.
“O que mandamos para Assembleia são os mesmos direitos e deveres do Governo Federal e da iniciativa privada. Os 24 deputados têm poder de decidir o que vamos fazer em Mato Grosso”, disse o governador.
“Se não aprovar, vai quebrar, mais a frente não terá dinheiro. Se não tomar a medida correta, se não fizer a coisa certa, um dia a conta chega. Não quero daqui uns anos que falem: ‘aquele tal de Mauro Mendes passou e não foi responsável. Toco o estado com responsabilidade e justiça”, concluiu.