Lideranças indígenas do povo Xavante se reuniram nesta quinta-feira (3) com representantes da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) para a apresentação do novo coordenador do Distrito Sanitário Especial (DSEI) Indígena Xavante, o militar Gildo Henrique de Azeredo. O encontro aconteceu no anfiteatro da Universidade Federal de Mato Grosso, em Barra do Garças.
Gildo assumiu o cargo após a exoneração de Luciene Cândida Gomes. A nomeação foi feita pelo ministro de saúde interino Eduardo Pazuello em agosto.
O que era para ser uma reunião com cerca de 20 pessoas, inicialmente, tomou maiores proporções com a chegada de caciques, pajés e demais pessoas que são contra a nova indicação do Ministério da Saúde.
Insatisfeitos com a maneira que a saúde indígena tem sido conduzida na região, os indígenas questionam a legitimidade da indicação que, segundo eles, ocorreu sem diálogo prévio ferindo os direitos da comunidade.
Eles alegam que a nomeação de um militar que não conhece a realidade local é inadmissível. “Nós não queremos, não aceitamos. Se não ouvirem os nossos pedidos, nós vamos fechar o distrito (DSEI Xavante). Nós vamos brigar até o fim”, afirma o cacique Marcos, de Campinápolis.
Segundo o secretário da SESAI, Robson Santos, a reunião foi uma iniciativa da secretaria com apoio do Ministério Público (MP) visando apresentar o novo coordenador. Além disso, ouvir as lideranças, os principais problemas para corrigir falhas e atuar de forma proativa para a população indígena.
O encontro teve que ser dividido em turnos para evitar aglomerações
Mato Grosso tem cinco distritos sanitários de saúde indígena, o maior deles é o DSEI Xavante com cerca de 22 mil índios, em 317 aldeias, dispersos em 14 Terras Indígenas em uma área de 1.387.126 km².