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Pesquisador da Universidade de Mato Grosso descobre nova espécie de cobra na bacia dos rios Tocantins e Araguaia

Segundo os estudos dele, a espécie tem aparecido na bacia Tocantins-Araguaia e até hoje ele viu apenas 28 cobras desse tipo

30/04/2021 | 08:20

Redação Olhar Alerta

Pesquisador da Universidade de Mato Grosso descobre nova espécie de cobra na bacia dos rios Tocantins e Araguaia

A nova espécie de cobra encontrada pelos pesquisadores

Foto: Reprodução

O pesquisador da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Antonio Moraes da Silva, que é especialista em taxonomia e sistemática de cobras d'água, descobriu uma nova espécie de cobra chamada Helicops phantasma, que é encontrada somente no Brasil. Segundo os estudos dele, a espécie tem aparecido na bacia Tocantins-Araguaia e até hoje ele viu apenas 28 cobras desse tipo.

De acordo com o pesquisador, desde 2000, hepertólogos que são pesquisadores que estudam anfíbios e répteis, já suspeitavam de outras espécies que poderiam existir na região da bacia. Eles desconfiavam que poderia ser outra espécie parecida com a Helicops leopardinus. Em 2016 começou a pesquisar, examinar em museus e trabalhos científicos, a morfologia, ou seja, a estrutura externa dessas espécies. Foi quando concluiu que as cobras encontradas eram mesmo de outra espécie.

Com a pouca quantidade de cobras encontradas desse tipo, Antonio explica que não pode afirmar que ela esteja em extinção, mas que possui fortes evidências devido à expansão do agronegócio. “Não podemos afirmar com certeza. Temos fortes evidências de que possa haver distinções locais apenas. As evidências estão relacionadas a implantação de usinas hidrelétricas e a expansão do agronegócio na área de ocorrência que conhecemos para Helicops phantasma”, explica.

Além do Helicops phantasma, Antonio descobriu outra espécie a partir de pesquisas na região e coleta de dados. Em 2019 encontrou o Helicops boitata, estudando apenas um exemplar da espécie.

“Foi um trabalho que exigiu bastante esforço e parcerias. A gente só tinha um único exemplar e por isso é preciso agregar o máximo de informação possível. Iniciamos o trabalho em meados de 2016, viajei bastante coletando dados para fazer as comparações com outras espécies do gênero, até que em 2019 conseguimos finalmente publicar. Foi um processo de descrição bastante complexo, porque só tínhamos um exemplar de H. boitata”, afirma.

Na UFMT, Antonio trabalha em parceria com pesquisadores de outras instituições como da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Universidade de São Paulo (USP) que compõem um grupo de pesquisa na área. “A conclusão de um trabalho é sempre muito gratificante. É uma enorme satisfação poder contribuir para o conhecimento da biodiversidade do nosso país”, afirma.

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