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Alerta de desmatamento na Amazônia Legal em maio é o maior desde 2016

Até o dia 28, havia 1.180km² sob alerta na região; é o terceiro mês consecutivo em que os índices batem recordes históricos mensais, segundo medição do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Observatório do Clima alerta para início da esta

05/06/2021 | 09:38

G1 MT

Alerta de desmatamento na Amazônia Legal em maio é o maior desde 2016

Queimada em área desmatada em Novo Progresso, no Pará, em agosto de 2020

Foto: Carl de Souza/AFP

A Amazônia Legal bateu mais um recorde de área sob alerta de desmatamento em maio. Até o dia 28, a região tinha 1.180km² de área sob alerta de desflorestação, o maior número para o mês desde 2016. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

É o terceiro mês consecutivo em que os índices batem recordes históricos mensais. Também é a primeira vez que a área sob alerta de desmatamento em maio passa dos 1 mil km²:



A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro e engloba a área de 8 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.
 
Os alertas de desmatamento foram feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe, que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²), tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).
 
O Deter não é o dado oficial de desmatamento, mas alerta sobre onde o problema está acontecendo.
 
A medição oficial do desmatamento, feita pelo sistema Prodes, costuma superar os alertas sinalizados pelo Deter. Os últimos dados divulgados pelo Prodes apontaram que a área desmatada na Amazônia Legal foi de 11.088 km² na temporada de 2019 a 2020 (período que engloba agosto de 2019 a julho de 2020).
 
 
Dados 'preocupantes'
Em nota, o Observatório do Clima, rede de 56 organizações da sociedade civil, afirma que os dados de maio são preocupantes, porque o mês marca o início da estação seca, "quando a devastação se intensifica" em grande parte da Amazônia.
 
"A permanecer a tendência nos próximos dois meses, a taxa oficial de desmatamento de 2021 (medida de agosto a julho) poderá terminar com uma inédita quarta alta consecutiva. O comportamento da curva dependerá exclusivamente de quem hoje dá as cartas na região: o crime ambiental", disse a entidade.
 
O Observatório do Clima também criticou a gestão ambiental do governo Bolsonaro.
 
"O regime Bolsonaro se dedica há dois anos e meio a desmontar as políticas de controle de desmatamento, enterrando o único plano que conseguiu reduzir a destruição, o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia", disse a rede.
 
A entidade também criticou as ações do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que está sendo investigado sob acusação de, entre outros pontos, criar dificuldades para a fiscalização ambiental.
 
Para o Observatório do Clima, a fiscalização de crimes ambientais pelo Ibama foi barrada, como mostraram documentos produzidos pelos próprios agentes. "A gestão do antiministro Ricardo Salles virtualmente parou as operações do órgão", diz a nota da rede.
 
Em nota, o Greenpeace Brasil também criticou as ações do governo.
 
“Além de um presidente e um ministro do Meio Ambiente atuando contra a proteção ambiental, o Congresso tem contribuído com essa política de destruição, enfraquecendo deliberadamente as leis que protegem a floresta e seus povos. O resultado de maio não poderia ser diferente, já que os retrocessos na governança ambiental só aumentam”, afirmou Rômulo Batista, porta-voz da campanha de Amazônia do Greenpeace.
 
O Pará foi, mais uma vez, o estado com maior área sob alerta de desmatamento em maio: 425km², equivalente a 36% do total registrado até o dia 28.
 
Na temporada passada, o estado concentrou quase metade de todo o desmatamento na Amazônia Legal, segundo o monitoramento do Prodes.
 
Em segundo lugar veio o Amazonas, com 289km² sob alerta, e depois Mato Grosso, com 242km². Rondônia teve 180km² sob alerta. Em seguida vieram Acre (31km²) e Maranhão (11km²). Tanto o Tocantins como Roraima tiveram 1km² sob área de alerta. O Amapá não teve áreas sob alerta de desmatamento.

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