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Especial setembro amarelo: papel da família na prevenção ao suicídio

Há casos de idosos que se suicidam por achar que são um incômodo para sua família

08/09/2021 | 08:33

Agência Brasil

Especial setembro amarelo: papel da família na prevenção ao suicídio

Foto: Reprodução - Ilustrativa

A psicóloga Claudia Weyne ouviu uma vez uma história. “Eu lembro de uma história de um idoso que se matou, e ele achava que era um estorvo para a família, porque ele estava acamado, a nora tinha que dar banho , tinha que tomar os cuidados com higiene. E essa nora me diz assim: se ele soubesse, o quanto eu amava ele, o quanto isso não era difícil para mim, o quanto eu gostava da companhia dele, ele não teria feito isso. Então eu acho que as pessoas têm que dizer, às vezes, o quanto o outro é importante“, relata.
 
Dizer e mostrar para o outro o quanto ele é importante. O amparo familiar e dos amigos está entre os fatores que ajudam a promover a redução nas causas de suicídios. Segundo a psicóloga Claudia Weyne, especialista em saúde da secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul, os sinais de que o idoso precisa de ajuda são muito sutis. “Ele verbaliza: 'ah, eu estou cansado da vida, eu já vivi demais, meus filhos não precisam mais de mim, eu não quero incomodar ninguém, eu não quero ser um incomodo'.
 
Claro que a verbalização por si só, não é um único elemento, temos que ver outros indícios, a pessoa começar a doar seus bens, se descuidar da higiene pessoal, não querer tomar os remédios”, explica.
 
A geriatra Christiane Machado, da Sociedade Brasileira de Geriatria, concorda que se deve prestar muita atenção nas atitudes que a pessoa tem. Ela alerta sobre a importância da ajuda médica e da família agir. "Uma coisa é vontade de morrer, outra coisa é vontade de se matar. Nesse momento quando você percebe que esse paciente tem uma ideação, passa pela cabeça dele, fica um sinal de alerta extremamente importante. Então o que tem que ser feito. Então ver se existe um tratamento pra isso. Se houver uma depressão a gente tem que tirar esse paciente desse estado", afirma
 
Rita Cecília Reis - psiquiatra do Projeto Terceira Idade (do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas), em São Paulo, tem um conselho para familiares e amigos. "Observe, observe e observe veja se o comportamento do seu idoso mudou ou está mudando e que mudança é essa. Pode ser uma mudança que ele está tranquilo ou está ou mais preocupado. Mas conversar a respeito, o que está acontecendo, mas abrir portas, mas sem censurá-lo", fala.
 
Para ajudar não só os idosos - mas qualquer pessoa - é preciso reconhecer os sinais, saber como fazer essa ajuda, saber que ela existe e que a recuperação é possível.

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