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Floresta comunitária é atingida por fogo e assentados apontam incêndio criminoso após invasão de grileiros em Serra Nova Dourada

Segundo a associação, grileiros que invadiram a área de preservação do assentamento aproveitaram a estação seca para colocar fogo na vegetação

25/09/2021 | 07:35

G1

Floresta comunitária é atingida por fogo e assentados apontam incêndio criminoso após invasão de grileiros em Serra Nova Dourada

Brigadas montadas na região trabalham no combate

Foto: Reprodução

A floresta comunitária do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) no assentamento Bordolândia, em Serra Nova Dourada, já teve mais de 500 hectares destruídos pelo fogo que atinge a região desde domingo (19). Os moradores da área apontam que o incêndio foi causado por grileiros que invadiram a terra na semana passada.

Atualmente, vivem 600 famílias de assentados. A grilagem de terras, segundo elas, é comum no assentamento vizinho de Marãiwatsédé.

O Corpo de Bombeiros informou que até agora não recebeu nenhum chamado para combater incêndios em Bordolândia.

De acordo com a Rede de Sementes do Xingu, associação não-governamental sem fins lucrativos, as brigadas montadas na região estão trabalhando no combate, no entanto, eles não possuem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), o que dificulta o trabalho.

Segundo a associação, grileiros que invadiram a área de preservação do assentamento aproveitaram a estação seca para colocar fogo na vegetação. Os focos de incêndio, localizados em alguns pontos da reserva, encontraram-se e formaram uma grande coluna de fogo que avançou em direção aos lotes dos assentados.

Apesar disso, as chamas das casas dos agricultores familiares por causa da mudança da direção do vento.

"Outra parte do fogo foi apagada por uma equipe de cerca de 50 brigadistas voluntários, moradores do assentamento, que revezam-se em turmas menores e dividem-se pelas áreas atingidas. Apesar dos esforços em conter as chamas, os grileiros continuam gerando novos incêndios", disse a associação.

Nesta quinta-feira (23), choveu na região, o que ajudou a controlar o fogo, no entanto, agora os assentados estão sem energia elétrica.

Árvores nativas destruídas

Segundo o presidente da Associação Agroecológica Caminho da Paz (Acampaz), Rone César Borges, que também é coletor da Rede de Sementes do Xingu, milhares de árvores que estão no ápice da produção de sementes nativas foram mortas nos incêndios que têm atingido a região.

No momento, as chamas seguem no sentido da cidade de Nova Serra Dourada (MT), que fica a cerca de 10 quilômetros do assentamento.

“Estamos perdendo vários pontos de coleta. Vamos ter prejuízo esse ano. Estávamos no final da coleta de mutamba, monjoleiro, ipês amarelo, verde, branco, roxo, e outras espécies”, disse o presidente à associação.

Existe na região uma equipe formada pelo Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), do Ibama. Essa equipe ficou no PDS Bordolândia até o ano passado, quando foram transferidos para o Território Indígena (TI) Marãiwatsédé, onde os incêndios são ainda mais recorrentes.

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