O telespectador Thales Vieira, da Fazenda Fortaleza, em Lagoa Grande, Maranhão, enviou sua dúvida sobre saúde animal ao Giro do Boi Responde. Ele quer saber se tem tratamento para umbigueira de boi, já que um touro da propriedade apresentou inflamação do prepúcio na estação de monta.
Quem respondeu se existe tratamento para umbigueira de boi foi o médico veterinário Guilherme Vieira. Além de professor, ele é consultor e criador das plataformas Farmácia na Fazenda e Semiconfinamento.com.br.
O QUE É UMBIGUEIRA?
Antes de mais nada, Vieira explicou de que se trata a umbigueira. Conforme resumiu o especialista, é uma afecção inflamatória da genitália externa do touro. O problema é conhecido também como acrobustite, acropostite ou fimose. Popularmente, a umbigueira.
Segundo o especialista, na prática é uma inflamação da extremidade do prepúcio, a pele que envolve o pênis do animal. Ela ocorre com maior frequência em zebuínos por apresentaram prepúcio longo, grande e penduloso.
SINTOMAS DA UMBIGUEIRA
Antes de falar sobre o tratamento da umbigueira de boi, Vieira falou sobre os sinais do problema. Os animais apresentam inflamação da região e, além disso, certo estágio de fibrose e necrose do tecido. Em casos mais graves, o touro tem dificuldade de expor o pênis e a urina fica pode ficar retida. Assim, a acidez da urina cria uma meio de cultura propício para bactérias, levado ao aparecimento de abscessos e miíases.
O processo pode começar por conta, por exemplo, de plantas espinhosas no pasto ou traumas diversos que o animal possa sofrer na estação de monta. Juntamente com isso, o pênis em prolapso, sobretudo na estação reprodutiva, com a mucosa exposta frequentemente, também pode desencadear a umbigueira.
TRATAMENTO PARA UMBIGUEIRA DE BOI
Finalmente o veterinário apontou soluções para o problema. Em primeiro lugar, falou sobre o tratamento preventivo. “Os touros, principalmente em estação de monta, devem ser constantemente vigiados por parte dos colaboradores da fazenda. Para que tão logo apareça essa infecção, seja chamado o médico veterinário para proceder os tratamentos necessários”, sustentou.
De acordo com Vieira, outra forma de prevenção é a seleção genética. “Atualmente, no melhoramento genético, busca-se novos reprodutores que tenham o prepúcio mais curto”, lembrou.
O consultor falou também do tratamento para umbigueira de boi depois do problema acometer o reprodutor. “O tratamento é à base de antibioticoterapia, anti-inflamatórios e uso de pomadas cicatrizantes e com antibióticos. Porém, isso só se for no início da lesão, com indicação do médico veterinário”, ponderou.
CIRURGIA
Portanto, quando o doença está em evolução para um caso grave, como aparenta ser o caso da foto acima, enviada pelo telespectador, o caso possivelmente é cirúrgico.
“O colega vai fazer a postoplastia, que é a remoção da necrose, e vai tentar recuperar essa região. Na maioria das vezes, devido ao estágio avançado da lesão, esses animais não servem mais para a reprodução. Contudo, muitos colegas, com novas técnicas cirúrgicas, têm obtido sucesso no tratamento cirúrgico. Consequentemente, eles conseguem o reaproveitamento dos animais para reprodução após um longo e delicado pós-operatório, que tem que ter vigia constante”, concluiu Vieira.
Em conclusão, o veterinário orientou que todos os pecuaristas de cria estejam atentos para o problema. Assim, vão evitar perdas econômicas e reprodutivas iniciando o quanto antes o tratamento para umbigueira de boi.
