O deputado estadual Dilmar Dal’Bosco (União Brasil) rebateu a afirmação feita pelo seu correligionário, o ex-senador Júlio Campos, e afirmou que não vê concorrência desleal entre aqueles que irão tentar a reeleição e os que não possuem mandato na disputa por vagas da Assembleia Legislativa no pleito deste ano.
Recentemente, Júlio – que é pré-candidato a deputado estadual – declarou à imprensa que a balança acaba pendendo para a reeleição da maior parte dos deputados, uma vez que contam com o poder da máquina na mão, como emendas e custos de viagens e assessoria bancados pelo Legislativo.
“O Júlio não poderia falar isso, né? Olha o currículo dele, é muito grande. E ele tem um irmão que é senador da República [Jayme Campos], e isso tem muita força. Se fosse assim, nunca entraria deputado novo aqui. Ficariam sempre os mesmos 24”, afirmou, em entrevista ao MidiaNews.
“A legislatura passada trocou mais de 50% [dos deputados]. Isso quer dizer que quem saiu não soube usar a estrutura que tinha?”, questionou.
O deputado destacou que as benesses recebidas com o mandato são para exercício da atividade parlamentar e recordou que, quando concorreu pela primeira vez ao cargo, em 2010, enfrentou 13 deputados na chapa da sua coligação da época.
“E eu fui o 8º mais votado. Isso significa que não precisa da estrutura [da AL], precisa de trabalho, de gente que acredita em você, no seu projeto. Ter emenda na mão não resume o seu trabalho parlamentar. Você precisa se dedicar a causas importantes, defender setores segmentados, trabalhar. Isso vale mais do que ter estrutura”, avaliou.
Na chapa do União Brasil, há quatro deputados com mandato. Além de Dilmar, que é líder do Governo, há ainda o presidente da Assembleia, Eduardo Botelho; e os deputados Xuxu Dal Molin e Sebastião Rezende, que migraram para a sigla durante a janela partidária.
A chapa ainda conta com outros nomes fortes como o próprio Júlio, o ex-secretário de Estado Gilberto Figueiredo; o ex-deputado Baiano Filho.
Bancadas reduzidas
Dilmar avaliou ainda que haverá redução das bancadas na Assembleia na próxima legislatura, em razão das mudanças na legislação e não mais existir coligações nas chapas proporcionais.
“Como ficaram praticamente poucos partidos para disputarem, o cenário mudou muito. A maioria dos deputados está em partidos que vão eleger dois ou três. As bancadas irão reduzir”, disse.
O União Brasil espera conquistar pelo menos quatro cadeiras nas eleições deste ano. Pela força dos nomes na legenda, o deputado acredita que há chance de elegerem até mesmo um 5º parlamentar.
“Então, vai diminuir a distribuição partidária. Vai ter menos partidos, com mais deputados em cada agremiação eleitos para a próxima legislatura”, previu.