Pré-candidato a deputado federal, o coronel da PM Jonildo José de Assis (União Brasil) defendeu leis mais rígidas para crimes cometidos por membros de facções criminosas.
Para ele, os faccionados estão montando um "estado paralelo" em Mato Grosso e é preciso atenção da classe política.
“Eles possuem um ordenamento jurídico do mau, onde aplicam sanções físicas, verbais, psicológicas nas pessoas que não se submetem nessas leis deturpadas que fazem”, disse o militar, que foi comandante-geral da PM até abril deste ano.
“Acredito que o Estado brasileiro tem que acordar e entrar dentro dessa temática de reformular essas leis penais, no sentido de prover a esse tipo de ação uma punição efetiva, que a pessoa realmente tenha o temor de cometer o crime”, acrescentou.
Segundo Assis, há um crescimento da atuação das facções em Mato Grosso. Os membros funcionam como um “miniexército” com cerca de 7 mil integrantes.
“O Estado brasileiro precisa de normas penais duras para combater esse tipo de situação. Um Estado sem regramento social definido, sem uma Justiça criminal forte, é um Estado que vai beirando a barbárie”, afirmou.
Em Mato Grosso, a principal facção criminosa é o Comando Vermelho, embora o Primeiro Comando da Capital esteja ganhando força.
Financiados por facção
Na última semana, a Polícia Federal deflagrou a Operação Segundo Caminho contra uma suposta organização criminosa que patrocinou a candidatura de um dos alvos para a eleição de vereador em Barra do Garças, em 2020.
Segundo Assis, um “infiltrado” no Poder Público seria uma perda para o Estado.
“Uma pessoa que foi eleita através de um financiamento desses vai atender o interesse desse ramo criminoso. Isso se confirmando nos deixa muito mais preocupados”, completou.