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25/03/2020 | 09:55

Mendes: se houver grande paralisação, pessoas podem morrer

O governador Mauro Mendes (DEM) pediu cautela por parte de gestores municipais ao editar medidas que contrariam os protocolos internacionais de enfrentamento ao novo coronavírus (Covid-19). O chefe do Executivo teme a criação de uma paralisia econômica, que, segundo ele, geraria mais mortes por fome, violência e caos do que pelo próprio vírus.

“A gente recomenda aos prefeitos um pouco de cautela, pois se criarmos uma grande paralisia na nossa atividade econômica, vai morrer mais gente de fome do que pelo coronavírus. Daqui a pouco essas pessoas com fome vão aumentar a violência. Então temos que ter muito cuidado”, alertou Mauro Mendes, em entrevista a TV Centro América.

Mauro Mendes destacou que o Governo do Estado, até o momento, não tomou medidas que restrinjam as atividades econômicas do Estado. Ele declarou que todas as decisões estão sendo tomadas com muito cuidado, pois sabe que se paralisar tudo vai quebrar muita empresa, vai desempregar muita gente e a pandemia no Brasil e no Estado está apenas no início.

“Tomamos várias medidas restritivas de circulação como festas, bares, restaurantes que não estejam em rodovias, várias aglomerações, todas foram proibidas. Atividades econômicas, indústria e até mesmo comércios o Governo não proibiu, porque isso não segue o protocolo internacional devido ao número de casos que temos aqui. E hoje estamos vendo uma grande cooperação da nossa população e diminuiu muito a circulação de pessoas”, ressaltou.

O governador cita que alguns prefeitos estão fazendo isolamento total, paralisando totalmente os comércios e todas as atividades, sem sequer existir um caso de contaminado por coronavírus confirmado. “A gente respeita, não quero entrar no mérito, porém segundo a orientação do Ministério da Saúde, cidades que não têm nenhum caso confirmado não têm porque falar em isolamento, não têm porque parar comércio”, orientou.

Mendes informou que vai conversar com os prefeitos e vereadores dos municípios mato-grossenses para terem calma e união nesse momento, onde pedirá para as ações sejam organizadas e que não sejam tomadas medidas antecipadas, “um pouco fora do momento, com a dose errada ao momento errado”.

“Temos que cuidar do coronavírus e é isso que o Governo do Estado está fazendo, mas temos que fazer isso com responsabilidade e cuidado para não causar um dano muito maior. Senão o remédio para doença cura a doença, mas mata o paciente. Isso que não podemos deixar acontecer”, disse.

O governador ainda avaliou que essas ações das prefeituras vão trazer consequência para o cidadão. “Se a gente parar tudo, vão para os caminhões, vai faltar alimento no mercado, vai faltar tudo. E aí? Vai ser um caos na sociedade. Se todo mundo mandar parar tudo, como que vai chegar comida no supermercado? Como vai chegar alimentação nas diversas regiões de Mato Grosso? Se param as construtoras que dão manutenção em algumas estradas, se der uma chuva lá não vai ter manutenção na estada e vai ter desabastecimento”, previu.
 
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