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15/12/2021 | 10:51 | Atualizada: 15/12/2021 | 11:51

Bolsonaro faz aceno para policiais com possibilidade de reajuste

O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez, ontem, um aceno a um grupo fundamental da sua base de apoio político. O chefe do Executivo se reuniu com o ministro da Justiça, Anderson Torres, o da Economia, Paulo Guedes, e dirigentes de órgãos policiais para discutir a reestruturação e o reajuste salarial das carreiras da segurança pública. Segundo proposta da Justiça, o reajuste terá um custo de R$ 2,8 bilhões para os cofres públicos apenas no primeiro ano. O montante previsto até 2024 é de R$ 11 bilhões. A promessa de reforçar o contracheque dos policiais foi feita no Palácio do Planalto, durante o lançamento do Programa Rodovida, voltado para a redução da violência no trânsito.

O presidente afirmou que a reestruturação das carreiras é uma forma de "corrigir injustiças". As mudanças deverão beneficiar integrantes da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

"Algumas injustiças acontecem em nossas vidas, reconheço. Não quero me eximir de responsabilidade. Nós temos que buscar corrigi-las. Se Deus quiser, teremos uma reunião bastante profícua onde possamos atender a todos vocês", completou Bolsonaro, antes do encontro com os ministros e dirigentes das corporações.

O presidente ainda destacou que é necessário valorizar as polícias. "Temos que valorizar vocês também. Não podemos ficar apenas nos discursos e nas promessas. O Brasil vive um momento difícil, pós-pandemia que, se Deus quiser, chegou ao fim. Se bem que há como consequência a inflação, o aumento do combustível, entre outras. Mas a gente vai vencer esse momento", concluiu.

Entre os presentes na reunião ocorrida pela tarde estavam Tânia Fogaça, diretora-geral do Depen; Paulo Gustavo Maiurino, diretor-geral da Polícia Federal e Silvinei Vasques, diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O ministro da Justiça disse que a reestruturação deve sair em 2022. "Nossa ideia é reestruturar a PRF, criar uma carreira de verdade para eles. Mudar algumas coisas nas carreiras da PF, de agente, escrivão, papiloscopista, delegado e administrativos. E regulamentar e organizar a polícia penal. São questões que estão pendentes já há algum tempo, de regulamentação, de reestruturação. A gente chegou agora, conseguiu finalizar e vai apresentar hoje (ontem), de forma oficial, para discutir com a equipe econômica", afirmou Anderson Torres.

Ainda segundo Torres, o ministro Paulo Guedes estava ciente da intenção do governo de conceder aumento às forças policiais. "Ele já sabia. Havia essa previsão de a gente fazer isso no governo, não é segredo para ninguém. Então, assim, reagiu bem, e a gente vai conversar", disse o ministro da Justiça.

Medida provisória
Anderson Torres afirmou que ainda não há estimativas precisas de valores ou percentuais, e que será necessário enviar ao Congresso uma medida provisória com a previsão das novas despesas no Orçamento da União. "É diferente nas diversas categorias. A PRF apresentou o projeto dela, a PF apresentou o dela. São projetos distintos. Nada disso está fechado ainda. Tem que fazer a previsão orçamentária este ano para, no ano que vem, ser apresentada uma medida provisória", emendou.

"Nós não vamos fazer nada em desacordo, nós não vamos fazer nada desalinhado com os outros ministérios, nós vamos alinhar e depois pedir", acrescentou o ministro da Justiça.

No último dia 13, Guedes recebeu Torres e os diretores-gerais das polícias, que pediram reajuste salarial. Depois, por meio das redes sociais, o ministro da Justiça postou nas redes sociais uma foto do grupo ao lado de Guedes, relatando a entrega da proposta de reestruturação das carreiras e de um ofício com pedido de aporte financeiro.
 
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