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17/05/2022 | 08:54

Trigo: Chicago fecha com alta de quase 6%; grão do RS segue atrativo no cenário internacional

A forte alta dos preços internacionais do trigo segue dando sustentação para a firmeza das cotações no mercado brasileiro. Segundo o analista da consultoria Safras & Mercado Élcio Bento, a suspensão das exportações por parte da Índia e as dificuldades enfrentadas pelas lavouras nos Estados Unidos sinalizam para a manutenção de preços internacionais em alta. “A tendência é que o trigo brasileiro, em especial o do Rio Grande do Sul, continue sendo uma alternativa para os compradores internacionais”, disse.

Os reportes de negócios da safra nova tem saído entre R$ 2.000 e R$ 2.100 a tonelada posto no porto de Rio Grande.

Nesta segunda-feira (16), a paridade de exportação FOB interior em relação ao trigo soft norte-americano, base contrato de dezembro/22, ficou por volta de R$ 2.260/t. Isso mostra a competitividade do cereal gaúcho.

No Paraná, os primeiros negócios da safra nova, com entrega entre setembro e outubro, saíram por volta de R$ 2.000/t no FOB interior.

A paridade de importação FOB interior em relação ao trigo argentino nesta segunda-feira é de R$ 2.330/t. Esse valor é 14% superior às indicações atuais do mercado. “Ou seja, a paridade com o exterior segue dando margem para novas recuperações no mercado doméstico”, finalizou.

Chicago

A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo encerrou com preços acentuadamente mais altos. O mercado fechou no limite de alta, impulsionado pela suspensão das exportações de trigo pela Índia neste final de semana.

Segundo agências internacionais, a medida visa assegurar o abastecimento interno do país e controlar a elevação dos preços uma vez que a safra indiana foi fortemente atingida por uma onda de calor. Cerca de um mês atrás, o país asiático havia garantido que atenderia à demanda global em meio à guerra na Ucrânia.

Os preços do trigo em Chicago subiram aos maiores níveis desde 8 de março deste ano. Analistas acreditam que o mercado deve levar algum tempo para se adaptar a este novo aperto da oferta. Ao que tudo indica, no entanto, acordos prévios do governo e do setor privado indiano com outros países devem ser cumpridos, como é o caso do Egito. O governo da Índia disse que deve seguir abastecendo países mais pobres.

No fechamento de hoje, os contratos com entrega em julho de 2022 eram cotados a US$ 12,47 1/2 por bushel, alta de 70 centavos de dólar, ou 5,94%, em relação ao fechamento anterior. Os contratos com entrega em setembro de 2022 eram negociados a US$ 12,51 por bushel, ganho de 70 centavo ou 5,92% em relação ao fechamento anterior.
 
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