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30/07/2022 | 10:37

Milho irrigado: produtor se prepara para safra mais cara da história

Daniel Jobim sabe que terá pela frente uma safra com alto custo. O agricultor está apreensivo com o aumento no preço dos fertilizantes, já que essa será a lavoura de milho mais cara da história da agricultura de sua propriedade, em custo por hectare. Mais um desafio para quem encarou na última colheita uma das piores secas do estado.

“Foi um desastre. Não tem outra palavra. Não houve negociação com os bancos, então isso também nos prejudicou. Viemos de um ano em que capitalizamos um pouco, mas essa capitalização foi perdida por conta da seca”, afirma Jobim.

Investimento em irrigação de milho

O investimento em irrigação ajudou a manter a produtividade do milho. Ao todo, são dez pivôs espalhados na fazenda em Boa Vista do Incra, na região gaúcha das Missões. “Na nossa propriedade, plantamos 100% de irrigado, então temos um efeito de estiagem menor. Em uma das nossas lavouras em que tínhamos milho, colhemos este ano em torno de 240 sacas por hectare”, conta.

Se, por um lado, a irrigação ameniza os efeitos da seca, por outro, aumenta o custo do produtor rural. Jobim diz que 50% dos pivôs da propriedade são elétricos e 50% funcionam a diesel. Ele afirma que em dias normais o preço do custo do diesel por hectare é praticamente o dobro do valor referente ao uso de eletricidade.

“Neste ano aumentou mais ainda. Com o preço do diesel mais alto que o da gasolina, um pivô a diesel para remunerar, temos que torcer para que chova”, diz.

Rotação de cultura

O desafio do produtor é equilibrar essa situação. Para conseguir isso, a forma como o milho é cultivado tem um papel fundamental. “O milho é uma ferramenta espetacular. Infelizmente, nós temos o problema de que ele é muito sensível à estiagem, e nem todo mundo consegue plantar milho como deveria na sua propriedade. Então, nas áreas irrigadas você consegue fazer uma rotação de cultura de forma mais eficiente e com mais resultados”, ressalta.

Próxima safra de milho

Para a safra que se aproxima, o produtor está de olho nas ameaças que começam a rondar as lavouras de milho: a cigarrinha, que ainda é uma novidade na região, e a lagarta-do-cartucho. Segundo o produtor, com a vinda do “milho BT”, a eficiência dos inseticidas melhorou quanto à quantidade utilizada. “Os milhos resistentes à lagarta são tolerantes. Ainda é uma vantagem porque diminuiu o custo de operação e aplicação de produtos”.

Preparado para vencer todos esses desafios, agora é só esperar pela próxima safra. “Tomara que tenha uma chuva razoável para que possamos atingir patamares de produtividade mais altos e com qualidade. Não adianta ter milho e não ter qualidade para entregar para o consumidor, porque o consumidor de milho está cada vez mais exigente”.
 
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