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03/08/2022 | 08:25

Sesp: facções conseguiram penetrar até em forças de segurança

O secretário de Estado de Segurança Pública Alexandre Bustamante afirmou que a polícia vive uma "guerra de gato e rato" contra as organizações criminosas que atuam em Mato Grosso. Ele alertou para a infiltração dos grupos criminosos na sociedade.  

“As organizações criminosas hoje estão enraizadas em todos os locais, inclusive com penetração nas forças de segurança pública. Todo dia estão prendendo gente ligada a esse pessoal. E a gente sabe que é a guerra do gato e do rato. Algumas vitórias deles, algumas nossas”, afirmou em entrevista à rádio Conti. 

Nos últimos dias o MidiaNews noticiou uma série de homicídios que vem ocorrendo principalmente nos municípios de Cáceres, Sorriso e Sinop. 

Além de serem mortes violentas, com sinais de execução, a Polícia tem indícios de que quase todas têm relação com organizações criminosas. 

Em Sorriso, uma das cidades mais afetadas, foram dez assassinatos em duas semanas. Apenas neste fim de semana foram registrados quatro homicídios. Em um dos crimes, ocorrido no sábado (30), um jovem de 21 anos foi assassinado com pelo menos 22 tiros dentro de sua residência.

Segundo Bustamante, as organizações criminosas já viraram “produto de exportação brasileiro” e estão crescendo cada vez mais em países da fronteira, como Bolívia e Paraguai. 

Para o secretário, este crescimento na atuação desses faccionados ocorre por questões culturais, pois o fato de ter um antecedente criminal não causa mais “vergonha” e sim chama a atenção. 

“A gente fala muito deles, muitas vezes. Se você andar pela cidade de Cuiabá, vai ver tornozelados andando normal pela rua. Ao invés de ser uma vergonha, é quase um luxo”, explicou. 

“No carnaval da Bahia em 2019 as pessoas estavam comprando tornozeleira fake para botar na perna e poder ficar bonito, ou seja, nós estamos vivendo em um mundo de troca de conceitos”, acrescentou. 

Eleições fiscalizadas 

Ainda de acordo com Bustamante, nas eleições deste ano o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e as forças de segurança estão fazendo um estudo para apurar a penetração de organizações criminosas no poder público. 

O secretário explica que há investigações acerca de alguns candidatos estarem sendo financiados por esses criminosos. 

Apesar da situação, Bustamante afirmar estar otimista com o combate a esse tipo de crime. 

“Tem uma história que o lado do bem é muito maior que o lado do mal, o que falta é a gente se organizar para ganhar essa luta”, concluiu.
 
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