O governador Mauro Mendes (DEM) criticou a aposentadoria aos 45 anos do ex-secretário de Segurança Pública da gestão Pedro Taques, delegado Rogers Elizandro Jarbas.
Sem citar o nome de Rogers, em um discurso no encontro de prefeitos, na manhã de segunda (18), na sede da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), o democrata apontou incoerência na aposentadoria do delegado enquanto a maioria dos trabalhadores se aposenta aos 65 anos.
“Fizeram a reforma em Brasília e deixaram os Municípios e Estados de fora. Isso é uma sandice, uma irresponsabilidade com o nosso País. Aqui em Cuiabá, há poucos dias, foi noticiado um delegado aposentando com 45 anos de idade e ganhando R$ 35 mil. Como pode isso?”, questionou ele, sem citar o nome de Rogers.
O ex-Sesp faz parte, agora, de uma seleta casta de pouco mais de 2 mil servidores que se aposentaram com menos de 45 anos. Os dados são do próprio Governo do Estado.
Rogers é réu em uma ação que apura suposta ameaça ao também delegado Flavio Stringueta em 2018. Ele ainda é investigado na Operação Esdras, desencadeada em 2017, que desbaratou um grupo acusado de tentar obter a suspeição do desembargador Orlando Perri no caso conhecido como “Grampolândia Pantaneira”.
Nesta semana, o juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, da 7º Vara Criminal de Cuiabá, impôs medidas cautelares contra o delegado aposentado por obstrução de Justiça. Entre as medidas está o uso de tornozeleira eletrônica.
Déficit
No discurso aos prefeitos, Mendes defendeu a aprovação da Reforma da Previdência, que será enviada à Assembleia Legislativa nas próximas semanas.
Segundo dados do Executivo, nos últimos 4 anos, a idade média de aposentadoria foi de 56 anos.
O tempo médio de duração da aposentadoria tem chegado a 28 anos. Por conta disso, até 2023, Mato Grosso terá mais inativos do que servidores trabalhando.
O déficit mensal da Previdência em Mato Grosso é de R$ 115 milhões, passando de R$ 1 bilhão anualmente.
Sem a reforma, o rombo será de R$ 31 bilhões em 2029, segundo o Governo. Com as mudanças, o Executivo prevê um déficit de R$ 6 bilhões.
“Nós não aguentamos isso. Por isso que eu tenho certeza que nossos deputados, aqueles quem pensam em Mato Grosso e não só no voto de uma pequena minoria, vão apreciar e vamos fazer esse debate e fazer aquilo que é melhor para Mato Grosso”, disse o governador no discurso.
“Nossa Reforma da Previdência irá incluir os 141 Municípios e esse debate será feito na Assembleia Legislativa. Porque é inimaginável fazer um debate só resolvendo o problema do Estado e deixando os Municípios. Se não tomarmos a decisão correta, um dia essa conta chegará, como está chegando agora em Mato Grosso”, completou.