Em exclusiva ao site Olhar Alerta, o Prefeito do município de Confresa, Rônio Condão (PP), anunciou, juntamente com a diretora da UPA, Antônia Lucilene, e o secretário de saúde do município, Elton Messias, que a situação da saúde na cidade e no Estado está se encaminhando para um colapso iminente.
A coletiva começou com fala do Secretário da Saúde anunciado que o sistema de saúde da cidade está próximo de entrar em colapso, por diversos fatores, como a dificuldade em conseguir medicamentos, quantidade e exaustão dos profissionais envolvidos na linha de frente de combate ao Covid-19, e principalmente pelo alto consumo de oxigênio pelos pacientes internados atualmente.
A diretora da UPA esclareceu logo em seguida que o motivo desse alto consumo de insumos se deve ao número de pacientes atendidos pelo Centro de Atendimento para Enfrentamento ao Covid - o CAEC: 16 pacientes estão internados atualmente, sendo alguns deles em estado grave, esperando vagas na UTI para serem transferidos. Dois pacientes estão entubados, e nos próximos dias o hospital pode ficar sem se o número de pacientes internados não diminuir.
Mato Grosso apresenta atualmente mais de 189 pessoas na fila por um leito de UTI. Havia em Confresa 10 leitos de enfermaria, e com ampliação feita pela administração municipal, esse número dobrou. A situação está tão alarmante que atualmente somente 2 desses 20 leitos estão disponíveis.
Antônia explica que o oxigênio é distribuído a partir de outros Estados, transportados por caminhão, e toda a logística envolvida na entrega das cargas ao município leva dias para ser concluída, e que como a demanda pelo uso dos respiradores aumentou exponencialmente nos últimos dias, os fornecedores não conseguem suprir todas as necessidades do sistema local de saúde pública. Ela relata também que a UPA tem utilizado em média 35 balas de oxigênio por dia.
Após fala do secretário, o prefeito Rônio Condão desabafou que a situação está caótica, que o hospital está superlotado, e que as empresas não conseguirão suprir a necessidade atual dos remédios e oxigênio – demanda essa que dobrou em relação há meses atrás - do município se a quantidade de casos não diminuir nos próximos dias.
Segundo Rônio, que apoiou a iniciativa do governador Mauro Mendes (DEM) em adotar a antecipação de feriados para instituir um “lockdown branco”, a medida restritiva não seria um milagre que resolveria todos os problemas e curaria todos os doentes, mas que a intenção do distanciamento social absoluto e fechamento do comércio é diminuir o número de ocupantes do hospital, e desafogar a crise iminente que a saúde está caminhando em direção.
O prefeito avisou que os fiscais já estão realizando fiscalização acerca do decreto municipal, e que será aumentada para tentar controlar mais efetivamente as situações de aglomerações e de falta do uso correto de máscara por parte da população, mas que nada adianta se as pessoas não fizerem a sua parte, se cuidando, evitando aglomerações e usando máscara e álcool em gel apropriadamente. Ele informou também que a Polícia Militar faz operações diárias que resultam em encerramento de festas clandestinas e expressou descontentamento com o descaso dos cidadãos frente aos números de 300 mil mortos no país, e lembrou ainda que dados científicos apontam que caso nenhuma medida eficaz seja adotada o mais rápido possível, estima-se que o país pode apresentar 4 mil mortos diariamente.
Frente a essa situação, Rônio esclareceu que caso a população não o ajude a tomar cuidados básicos para conter o número cada vez mais crescente de infectados, um novo lockdown será estabelecido no município.
Antônia pede ainda que, quem começar a sentir os sintomas atribuídos ao coronavírus – como dificuldade para respirar e perda de olfato e/ou paladar – que procure imediatamente a UPA para que o atendimento seja iniciado o mais rápido possível. Algumas complicações se dão ao fato das pessoas ficarem muito tempo doentes em casa, só procurando ajuda médica quando o caso se agrava consideravelmente, finalizou a diretora.