Indígenas do Povo Kanela, que moram na aldeia Nova Pukanu, estão sofrendo há mais de um mês por conta das enchentes em Luciara (1.166 km a nordeste de Cuiabá). Eles estão ilhados desde que o nível do rio aumentou.
As fortes chuvas, que caem na região desde o dia 16 de dezembro, fizeram com que até mesmo as casas fossem alagadas. Além disso, hortas foram perdidas e os moradores estão preocupados com a poluição das cisternas de água potável. Cerca de 189 pessoas moram na aldeia.
O secretário da Associação da Comunidade Indígena do Povo Kanela do Araguaia (Acikan), Claudio do Nascimento Brito, disse que a previsão de novas chuvas assusta os moradores, já que a produção de alimentos está prejudicada e eles têm medo que a água volte a inundar as casas.
“A água voltou a subir, a situação está do mesmo jeito. A previsão do tempo é que volte a chover neste mês de janeiro e principalmente em fevereiro. Isso me causa preocupação”, lamenta.
A comunidade precisa, segundo ele, de materiais de higiene pessoal, alimentos, gasolina para abastecer o motor dos barcos, medicação e colete salva vidas.De acordo com a prefeitura de Luciara, a gestão já foi informada do prejuízo e está ajudando a comunidade, por meio da Secretaria Municipal de Saúde e Assistência Social. Foi realizada uma vistoria pela Defesa Civil na última semana.
A aldeia Nova Pukanu fica a 80 km de Luciara e por conta da enchente, as vias terrestres foram danificadas. Somente por meio dos rios é possível fazer contato com a comunidade, para levar mantimentos e medicamentos.
Ainda de acordo com o gabinete da prefeitura, é provável que o município decrete situação de emergência, visto que a chuva alagou diversos pontos da cidade e prejudicou a acessibilidade.
Com a dificuldade de receber cestas básicas, a Acikan pede por doações de qualquer valor via Pix, por meio do CPF 01857503112. O valor será endereçado à professora da aldeia indígena Júlia Santana Leite Brito e distribuído na comunidade com compras de água, alimentação e demais necessidades emergenciais.
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