O biólogo e técnico agropecuário Wiliam Brigatto informou durante entrevista ao site Olhar Alerta que produtores de grãos da região Norte Araguaia, Xingu e outras regiões mato-grossenses sofrem com o mesmo problema: o transporte.
Segundo ele, houve dias de estiagem e a soja pode ser colhida, contudo, as condições desfavoráveis das estradas atrasam o tráfego dos caminhões, fazendo com que a oleaginosa fique mais tempo do que deveria parada em sacas nas propriedades agrícolas. “Acumula soja pronta no campo sem conseguir ser retirada. Ainda não tem registro de grandes perdas, a gente sabe que a cada dia que passa que ela fica pronta no campo, ela começa a perder peso, então já tem uma perda computada nisso aí, a gente ainda só não sabe quanto”, afirmou Wiliam, que estima a perda em 10% das áreas que já estão prontas.
Outra dificuldade, de acordo com o biólogo, é de encontrar produtos que auxiliem no amadurecimento da soja e dessequem o mato pré-plantio, visto que as multinacionais não estão conseguindo entrega-los. Um dos que era comumente utilizado, chamado Paraquat saiu do mercado e restou o Diquat, que não produziu o suficiente para suprir a necessidade do momento.
A questão dos herbicidas faz com que as perdas aumentem, isso pois o mato passa a ficar verde por mais tempo e no momento da colheita, grãos acabam sendo jogados fora pelas máquinas colheitadeiras.
“Em consequência disso o plantio de milho também fica atrasado, ainda estamos dentro da janela, porém, talvez não consigam plantar toda a área que estava programada até o dia 20 de fevereiro, que é o ideal para o plantio de milho safrinha, onde se garante uma boa produtividade ainda”, concluiu.