Um processo administrativo que tramita no Executivo estadual dicute a desativação de pelo menos 23 escolas estaduais em 2023, destas 05 estão localizadas na região Araguaia e com forte tradição e historia nas cidades. O documento, enviado à Secretaria de Estado de Educação em 11 de junho, informa a medida e as instituições relacionadas que passariam por redimensionamento ou municipalização.
Segundo a lista, as unidades escolares que podem ser fechadas na região do Araguaia são a EE Severiano Neves no município de São Félix do Araguaia, a EE Humberto Castelo Branco no município de Luciara, as EE Antônio Cristino Cortes e EE Heronildes de Araújo em Barra do Garças e o prédio completo sem criação de Unidade Escolar (Alto Boa Vista – MT)
Em entrevista ao Portal Gazeta Digital nesta terça-feira (23), o governador Mauro Mendes (UB) foi questionado sobre a medida, mas se limitou a responder apenas sobre a política de redimensionamento, destacando que não pode manter muitas salas de aula 'se os primeiros colocados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica têm a média na faixa de 30 alunos em sala de aula'.
"E nós estamos muito abaixo disso. Não é ter pouco aluno dentro de sala de aula que faz educação ser melhor. Então, o reordenamento é exatamente isso, nós estamos colocando a média de aluno dentro de sala de aula na média nacional", declarou Mendes.
"E aí faz sobrar dinheiro porque, com isso, a gente precisa de menos professor contratado. E aí vai sobrar mais dinheiro para investir em tecnologia, melhorar o ambiente, um método de metodologia pedagógica melhor, material didático e uniforme melhores, uma estrutura em condições melhores, profissionais da educação e pros nossos alunos. Então, é isso que o governo está fazendo. Isso é muito racional, isso é muito inteligente. Senão, eu estaria gastando mal o dinheiro público", completou.
Mauro vem defendendo a política de redimensionamento das escolas estaduais ressaltando que não se trata de fechamento das unidades, pontuando que o redimensionamento é uma forma de “gastar o dinheiro corretamente”.
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) , Valdeir Pereira, lamentou que o governo queira repassar a responsabilidade do Estado aos municípios e citou que Mato Grosso saiu de 772 escolas em 2019 para menos de 750 em 2021, entregando aos municípios os prédios e os estudantes."Ele [Mauro Mendes] está forçando a entrega destas escolas aos municípios e quer colocar a responsabilidade para aqueles que menos arrecadam. Isso é um absurdo", lamentou.
Em entrevista ao Jornal do Meio Dia também nesta terça-feira, o governador informou que Mato Grosso investiu mais de R$ 700 milhões na infraestrutura física e na área pedagógica da Educação. Segundo ele, a intenção é que, nos próximos anos, o Estado esteja entre os 10 melhores nos índices educacionais do país.
“Estamos fazendo um grande investimento na Educação para recuperar esse tempo perdido que a pandemia trouxe. Este ano, estamos investindo R$ 700 milhões, é um recorde. Você pode olhar toda a história da Educação de Mato Grosso e nunca vai encontrar tanto investimento”, declarou. Segundo Mauro, um dos focos dos investimentos é a melhoria da estrutura física, afirmando ainda que, durante sua gestão, já foram entregues 20 escolas novas e outras 37 estão em andamento.