A instrutora de yoga J.N.B.S., de 31 anos, que cometeu suicídio na tarde de quarta-feira (31) em um clube de tiro em Cuiabá, esperou o instrutor sair de perto e atirou contra o próprio queixo com munição de 9 milímetros.
Conforme o boletim de ocorrência, J.N.B.S. chegou na loja para treinar tiro esportivo.
Ela pagou pelas munições que usaria e depois foi encaminhada para uma das baias de disparo por um instrutor.
De acordo com o documento, ela foi orientada pelo instrutor e recebeu o armamento e as munições. Depois que ele saiu do seu lado, J.N.B.S. efetuou um disparo.
A Polícia Militar foi a primeira a atender a ocorrência, inicialmente comunicada como morte no estande de tiros.
Os policiais acionaram o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que apenas constatou a morte da vítima.
A Polícia Civil e a Politec (Perícia Oficial de Identificação Técnica) estiveram presentes no local.
O estande funciona dentro do Grupo Força e Honra, empresa que tem como sócio o vereador Marcos Paccola (Republicanos). Ele, no entanto, diz que não é proprietário do estande.
"O Grupo Força e Honra é constituído de várias empresas (...). Eu faço parte de uma das empresas, que não é o estande de tiro", afirmou o vereador nesta quinta-feira.
Empresa se manifestou
O corpo de J.N.B.S. foi encaminhado para o Instituto Médico Legal, onde passou por exames de necropsia.
A loja é especializada em venda de armas, munições e equipamentos.
Por meio de nota, a empresa lamentou a morte e afirmou ter realizado, desde o primeiro momento, “todos os procedimentos necessários para o caso, acionando as autoridades competentes e prestando esclarecimento para a elucidação do caso”.
Publicações emblemáticas
As últimas publicações da instrutora de yoga em suas redes sociais, feitas horas antes de falecer, foram um tanto quanto emblemáticas.
Em um dos posts ela citou uma obra do escritor norte-americano Ray Bradbury.
O romance "Fahrenheit 451" conta sobre uma realidade distópica em que o trabalho dos bombeiros é basicamente queimar livros. Isso porque foi instaurada uma cultura de “combate ao pensamento crítico e autônomo dos indivíduos”.
Em seguida ela publicou: “Você quer ficar? Seja neutra, seja doce. É artista? Não se posicione, não polemize. Você nos serve como animadora de torcida”.
CVV
O Centro de Valorização da Vida (CVV) é uma ONG totalmente voluntária, que trabalha na prevenção do suicídio, de forma totalmente sigilosa e que dá apoio emocional a tantas pessoas que sofrem com depressão e que se encontram nesta situação, que as pode levar ao suicídio.
Nada substitui a ida ao psicólogo, porém, como diversas pessoas não se sentem à vontade em conversar com alguém, por mais que seja um profissional, o CVV é uma alternativa de ajuda e motivação para essas pessoas.
