O prefeito de Tapurah (433 km a médio-norte de Cuiabá), Carlos Alberto Capeletti (PSD), afirmou que fará o sorteio de um carro para estimular os eleitores do município a votarem no presidente Jair Bolsonaro (PL), que disputa a presidência da República com Lula (PT).
Em vídeo, o prefeito afirma que se esforçará para que Tapurah seja o município mato-grossense de maior apoio à campanha do presidente. Para isso, o sorteio será uma forma de estimular o eleitorado a votar no candidato.
Na gravação, além de apontar como funcionará o sorteio, o prefeito cita a força do agronegócio, chama o representante do PT na disputa de "Luladrão", faz campanha pró-Bolsonaro, relembra a "Ursal" e nega a fome no país em pouco mais de 4 minutos.
Conforme apurado pela reportagem, o vídeo foi encaminhado à Justiça Eleitoral sob acusação de que o episódio configuraria crime eleitoral. Ao longo da gravação, o prefeito também afirma que o Brasil "vai virar uma Argentina".
Além disso, o gestor também utiliza a tentativa de conversão de parte do eleitorado de Lula que possa não estar integralmente convicto do apoio ao candidato do PT.
"Era pior na época do governo do PT. Hoje, nós estamos bombando. O país está ótimo. Não existe fome como o Fávaro falou. As cidades têm os maiores índices de distribuição de cestas básicas e dinheiro da ação social", diz o prefeito.
"Farei uma rifa de uma picape Strada, zero km, se nós atingirmos o primeiro lugar do estado em percentual em prol do Bolsonaro. Peço a você também, meu amigo produtor, para ampliarmos esse prêmio. Fazer uma grande festa. Chamar o Bolsonaro já que ele disse que a cidade que mais tiver percentual de votos ele vai visitar", afirma em outro momento do vídeo.
Com a divulgação do vídeo, este se torna o segundo episódio desta semana em que prefeitos de Mato Grosso são flagrados em possíveis ações de crime eleitoral. Conforme divulgado pela reportagem na sexta-feira (7), o prefeito de Sorriso (420 km ao norte de Cuiabá), Ari Lafin (PSDB), orientou os munícipes a darem "carona" para amigos e familiares irem votar.
Apesar da Justiça proibir a mobilização, a ideia é uma das estratégias da campanha do chefe do Planalto para transformar as abstenções do primeiro turno em votos válidos ao candidato à reeleição e devem ser repassadas aos cabos eleitorais na reunião que será organizada na cidade.