O líder do Governo na Assembleia, deputado Dilmar Dal'Bosco (União), afirmou ser contra a implementação de câmera nas fardas dos agentes de segurança pública do Estado
Em entrevista à rádio Capital FM, ele disse que Mato Grosso pode não estar preparado para utilizar o equipamento e que sua implementação pode “dificultar” a melhora na segurança.
“Não sei se nós, o Estado de Mato Grosso, estaríamos preparados para esse tipo de atividade", afirmou.
“Por enquanto, sem nada técnico definido, sou contra. Porque não adianta só exigir algo que não vamos poder cumprir ou trazer dificuldade para melhorar a segurança no Estado”, acrescentou.
A declaração do parlamentar foi feita após ele ser questionado sobre os dois casos de mortes durante abordagens policiais.
No último dia 5 o jovem Diego Kalininski, de 25 anos, atingido por quatro disparos por policiais militares, em Vera. Mais recente, no domingo (12), outro caso chamou a atenção em Cuiabá, quando o jogador de vôlei Pablo Ferreira de Carvalho da Silva, de 25 anos, morreu ao reagir com uma picareta à abordagem policial.
Para Dilmar, os assuntos tem que ser tratados com cautela e não devem ser utilizados de forma política. O líder afirmou ser necessário estudo técnico para analisar se o uso das câmeras realmente pode ajudar em casos como os que foram noticiados.
“Vejo que tem que ser feito uma reunião técnica, ouvir as pessoas que têm conhecimento e não se tornar um ato político”, afirmou.
“Temos que trazer qual é o entendimento da Sesp [Secretaria de Segurança], das Forças de Segurança, principalmente do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar, que estão mais a frente desses assuntos”, concluiu.
Impasse na AL
Tramita na Assembleia Legislativa, desde fevereiro de 2022, um projeto de lei para obrigar o Governo do Estado e instalar câmeras de vigilância no interior dos veículos e aeronaves das Polícias Civil, Militar, Penal e dos Bombeiros, além de coletes e capacetes.
O projeto determina que as câmeras usadas deverão ser de ponta para facilitar a identificação dos envolvidos e da ação, bem como as imagens devem ser preservadas na nuvem, não sendo permitido apagá-las.
A matéria é de autoria do deputado Wilson Santos (PSDB), que justifica a necessidade da adoção das medidas como forma de “resguardar o policial e comprovar a correta abordagem, preservando a ação e as provas nelas colhidas”, além de citar que é algo adotado pelas polícias de outros países e até mesmo no Brasil.