O senador Marcio Bittar (União Brasil-AC), durante os depoimentos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs, nesta terça-feira (4), falou sobre tráfico de crianças em aldeias. A líder indígena Luciene Kujãesage Kayabi, do movimento Agroindígena, denunciou a situação.
“Eu já ouvi falar de tráfico de minérios, de ouro, de prata, diamante… Confesso que eu não tinha ouvido falar ainda em tráfico de órgãos. Acho esse assunto gravíssimo”, disse o senador, ao pedir que a líder indígena falasse sobre a situação.
Na oportunidade, Luciene falou sobre uma denúncia que recebeu da região do Mato Grosso, na cidade de Querência. “Lá está acontecendo tráfico de crianças, tanto indígena, quanto não indígenas. Chegam nas famílias e dizem que vão levar a criança para ter estudo e os pais sonham que aquela criança vai estudar e um dia vai voltar para melhorar a vida de sua família e nunca mais volta”, diz.
A líder indígena completa a informação dizendo que nos países exteriores, acontecem de levarem crianças para prostíbulos. “Hoje a gente tem que estar unido para isso, porque isso já é ato criminal. A gente não tem nenhum órgão de segurança pública 24 horas como vocês tem aqui na cidade, então, a gente acaba ficando vulnerável”, explica.
Luciene diz ainda que demorou a acreditar que o tráfico humano estava acontecendo dentro das aldeias. “Não são só nossas crianças que estão correndo risco nesse mundo cruel, são todas as crianças. Então olha para nossas crianças como se fosse de vocês. Olhe para nossas vidas como se fosse a vida de vocês”, finalizou.
O senador Marcio Bittar, que é relator da CPI das ONGs, compartilhou o trecho do depoimento de Luciene nas redes sociais para servir de alerta e denúncia sobre a situação.
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