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Mato Grosso tem mais de 15 mil pessoas com hepatites B e C

Sem o diagnóstico, vírus que provocam a doença podem evoluir para cirrose e até câncer de fígado

25/07/2023 | 08:07

Mídia News

Mato Grosso tem mais de 15 mil pessoas com hepatites B e C

O médico hepatologista Elton Hugo Maia Teixeira

Foto: Reprodução

Mato Grosso possui 15.435 pessoas infectadas com vírus que provocam hepatite. Segundo dados do Ministério da Saúde, a forma mais prevalente no Estado é a do tipo B, com 9.341 pessoas diagnosticadas, em seguida vem o tipo C, com 2.088 casos identificados. 

Sem o devido diagnóstico e tratamento, os vírus que provocam a doença podem evoluir para cirrose e até câncer de fígado. 

O médico hepatologista Elton Hugo Maia Teixeira, que atende no Hospital São Mateus, em Cuiabá, alerta que é importante o diagnóstico e a prevenção contra as hepatites virais. 

Ele explica que “hepatite é toda inflamação que acontece no fígado, e o Julho Amarelo, que é uma campanha das Sociedades Médicos junto com o Ministério da Saúde, busca conscientizar a população sobre a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento dessas doenças”. 

Dentre os principais sintomas provocados pelas hepatites estão cansaço, desânimo, febre normalmente baixa, náuseas, vômitos, desconforto abdominal. Depois de alguns dias desses sintomas o paciente pode ter icterícia, que é a coloração amarelada dos olhos e urina com cor escura. 

Os sintomas podem ser confundidos com outras doenças que acometem o fígado, por isso, a importância de se buscar um profissional que faça o diagnóstico correto. 

“A recomendação do Ministério da Saúde e do Conselho Federal de Medicina é que todo paciente acima de 40 anos de idade, faça testagem para Hepatite B e C, independente do histórico e do comportamento, porque é a faixa de idade onde o paciente já vai ter a doença mais prevalente e as consequências da doença. É um teste rápido, feito em qualquer laboratório”, recomenda o especialista. 

Tipos de hepatite 

Existem 5 subtipos de hepatite, classificadas de A a E. Basicamente o quadro clínico da doença aguda é semelhante em todos os casos, mas existem formas diferentes de contágio e tratamento. 

“A Hepatite A é a mais antiga, e também é a mais simples, não evoluindo para a forma grave. Normalmente acomete crianças e adolescentes, assim como ocorre na forma de microepidemias, principalmente, em ambientes de confinamento, por exemplo, berçário, presídios, asilos e instituições de acolhimento. Têm disseminação fecal-oral, principalmente, em locais de baixa qualidade de saneamento básico. Tem vacina, só que a imunidade não é permanente”, detalha o médico. 

Já a Hepatite B, que é um dos focos da campanha do Julho Amarelo, pode evoluir para o quadro crônico e não possui cura, apenas tratamento. “O vírus fica lesando o fígado de forma assintomática, insidiosa durante muito tempo e é esse o problema, porque o paciente que tem hepatite crônica, além de causar a doença, pode ser um vetor de transmissão”, alerta. 

O tipo B pode se manifestar em qualquer idade na dependência da forma de uma contágio. E quanto mais precoce o contágio maior a chance da doença crônica e suas complicações, principalmente a cirrose e o câncer de fígado. Contudo é uma doença para a qual hoje existe tratamento e vacina que garante imunidade permanente.  

A principal forma de transmissão é por meio de relações sexuais desprotegidas e também pode acontecer por agulha contaminada, como de tatuagens, piercing ou usadas para drogas injetáveis. 

Também há risco em objetos cortantes como alicate de unha sem a devida esterilização. Pode haver também a transmissão vertical de mãe para filho no parto, independente se via vaginal ou cesariana. O paciente com hepatite B precisa tomar medicamento por toda a vida. 

A Hepatite C, por sua vez, possui forma de transmissão parecida com a do tipo B, contudo tem cura. “Prevalece em grupos com exposição a objetos perfurocortantes contaminados, transfusões de sangue antes de 1984 e comportamentos sexuais de risco. 

Existe tratamento e cura com medicação. Mas não tem vacina. A melhor forma é a identificação do paciente e o tratamento, que dura em torno de três meses e com medicação fornecida gratuitamente pelo SUS”, destaca o especialista. 

Os outros tipos de hepatites são menos prevalentes. O Tipo D só se manifesta em quem já é portador do tipo B, e em razão disso ser um pouco mais grave. Contudo possui tratamento, que feito da forma correta não evolui para os problemas no fígado como cirrose e câncer. 

Por fim, a Hepatite E, tem contaminação parecida com a hepatite A, por meio de água e ambientes de confinamento. Com uma evolução considerada benigna, apresenta maior risco em gestantes, o que pode oferecer risco de vida, nestes casos. 

A testagem para identificação das Hepatites é simples e rápida, e é semelhante com o teste rápido de HIV.

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