O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (União), afirmou que notificou a Comissão de Ética da Casa sobre a demora na conclusão do caso que julga o deputado Gilberto Cattani (PL).
Cattani responde por quebra de decoro parlamentar após uma sequência de episódios em que comparou mulheres a vacas. O episódio foi tratado por instituições como a Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso e a Defensoria Pública como misoginia (ódio às mulheres).
Sob a presidência da deputada Janaina Riva (MDB), o grupo foi criado em 12 de junho e foi dado o prazo de 30 dias para a conclusão dos trabalhos.
Segundo Botelho, o prazo para a conclusão do processo foi extrapolado e nenhuma notificação foi feita à Mesa Diretora.
“Acabei de fazer um memorando da presidência à comissão cobrando um resultado. Foi dado o prazo para eles. Não cumpriram. E eu quero resultado", disse Botelho.
"Eles tem que devolver para presidência, ou ao menos pedir uma prorrogação de prazo. Não me deram essa resposta ainda e eu quero uma resposta”, acrescentou.
Segundo o presidente da Assembleia, o prazo para resposta da notificação é imediata ao recebimento.
A comissão é presidida pela deputada Janaina e ainda tem Max Russi (PSB), como corregedor; Júlio Campos (União), corregedor substituto; Wilson Santos (PSD), vice-presidente e Elizeu Nascimento (PL), como membro-titular.
Em entrevista recente, Max Russi chegou a descartar a possibilidade de cassação do mandato de Cattani, mas apontou que poderão haver outras sanções.
Declarações polêmicas
A primeira declaração de Cattani foi no dia 16 de maio, quando comparou a gestação de um bovino com de mulheres para defender um discurso antiaborto.
Após o fato ganhar repercussão, ele gravou um vídeo com a esposa mugindo e enviou em um grupo de WhatsApp dos deputados estaduais.
Dias depois, um vídeo em que o deputado pede desculpas às vacas por compará-las com “mulheres feministas” circulou nas redes.
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