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Estudo analisa 27 regiões de soja e mostra que só 3 cobriram custos totais

Dados do Projeto Campo Futuro mostram custos, preço e renda bruta de áreas de soja de Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul

19/09/2023 | 09:12

Canal Rural

Estudo analisa 27 regiões de soja e mostra que só 3 cobriram custos totais

Foto: Reprodução

O preço médio nacional da soja diminuiu 20% na safra 2022/23 em relação à anterior. Ao mesmo tempo, a receita bruta média do produtor caiu 15% nesse período.

Os dados foram divulgados na última terça-feira (12), pelo Projeto Campo Futuro, iniciativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

Custo Operacional Efetivo

O estudo mostra que o Custo Operacional Efetivo (COE) médio da produção de soja subiu 33% nesta última temporada frente ao ciclo 2021/22. Entre os insumos que mais tiveram alta, destacam-se:
  • Fertilizantes: 57%
  • Defensivos: 39%
  • Sementes tratadas: 13%
  • Mecanização: 11%

Em um recorte dos três estados que mais produzem soja no país (Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul), é possível notar onde o aumento do custo foi mais acentuado:
  • Paraná: 39%
  • Mato Grosso: 38%
  • Rio Grande do Sul: 23%

De acordo com o pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Mauro Osaki, que apresentou os dados do Projeto Campo Futuro, o produtor gaúcho teve de gastar menos do que os demais por ter reduzido as aplicações de adubos nesta última safra. “Isso porque já estava descapitalizado pela grande quebra sofrida em 2021/22”.

No entanto, no que diz respeito aos defensivos, o sojicultor do Rio Grande do Sul pagou mais caro. “Assim, a alta foi de 56%, principalmente em relação aos herbicidas. Ainda nos agroquímicos, o aumento em Mato Grosso foi de 34% e no Paraná, 11%“.

Nessa esteira, o estudo também mostra onde o preço do grão teve a maior depreciação:
  • Rio Grande do Sul: -23%
  • Paraná: -21%
  • Mato Grosso: -14%

Receita bruta

Quanto à receita bruta, apenas o Paraná teve saldo positivo, de 3%. Os produtores de soja com o maior prejuízo foram, justamente, os gaúchos (-26%). Já os mato-grossenses também amargaram número negativo: -12%.

Osaki destaca novamente que a baixa produtividade da soja no Rio Grande do Sul por problemas climáticos explica esse mau desempenho.

De acordo com o pesquisador, das 27 regiões pesquisadas no país, apenas três conseguiram cobrir o custo total da produção de soja:
  • Luís Eduardo Magalhães, Bahia
  • Campo Florido, Minas Gerais
  • Maracaju, Mato Grosso do Sul

“Os produtores dessas três regiões também sofreram, basicamente, com os mesmos problemas, como fertilizantes caros e preços agrícolas baixos. Contudo, focaram em estratégias de proteção de suas margens. Aproveitaram o período de trimestre em que o preço estava bom e começaram a vender aos poucos, sem esperar na ‘boca’ da safra um preço diferenciado. Essa é a lição que fica”.

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