O novo presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Leonardo Bortolin (MDB), disse que a entidade vai protagonizar o debate sobre a moratória da soja. Esse instrumento existe desde 2006 é um tratado internacional estabelecido pelo mercado da União Europeia para não comprar carne e soja de áreas da região amazônia, que tenham tido desmatamento, mesmo que legal, desde 2008. A medida se sobrepõe às leis de comércio brasileiras e afetam diretamente tanto a agricultura quanto a pecuária.
Isso afeta diretamente a economia de Mato Grosso, responsável por 30% da produção de grãos do país e com um rebanho bovino de mais de 34 milhões de cabeças, já que o Estado está inserido na Amazônia Legal.
“É um absurdo algumas condicionantes de países europeus quererem um tratado comercial sobrepor à lei de livre comércio que hoje existe no Brasil”, disse Bortolin em conversa com jornalistas na última semana.
“Enquanto instituição, nós vamos colocar a AMM para protagonizar o debate da moratória, por entender que ela é uma matéria que atinge diretamente a economia dos municípios”, acrescentou.
Segundo o prefeito, 90 cidades de Mato Grosso estão no bioma amazônico e serão duramente prejudicadas pelas novas regras da moratória.
“Com certeza nós vamos entrar nesse embate. E dando apoio à frente do agro naqueles pontos que foram levados ao governo do Estado. Que a gente vê que ali passa a ser uma condicionante para que os municípios não tenham perda na originação do produto”, disse.
“Você impedir um município de, porque está no bioma amazônico e tendo as terras abertas, mesmo que legalmente, ter a proibição da originação de soja, além de quebrar a agricultura desse município você fere diretamente a economia desses municípios, que predominantemente vendem agricultura”, concluiu.