O perito criminal da Politec de Confresa, Paulo Geovany Liberal, foi demitido do cargo após um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) que apurava condutas consideradas negligentes por parte dele.
Conforme apurou o site Olhar Alerta, nos motivos para o PAD o órgão afirma que o ex-servidor não emitia de laudos periciais em quantidade razoável, a partir do ano de 2015, tinha baixa produtividade nos exames periciais de natureza externa e o não cumprimento das ordens de seus superiores hierárquicos, de concluir e entregar laudos periciais.
Em sua defesa, o perito, que está de plantão na sede da Politec de Confresa, explicou que realiza suas atividades na Politec de Porto Alegre do Norte, cujo polo sempre funcionou em Confresa. Ele destaca que trabalhou em regime de plantão durante toda sua carreira e que, mesmo após sair da função de gestor, continuou atuando nesse regime.
Ao longo dos anos de 2015 a 2021, a média de laudos registrados pelo perito totalizou 528 ocorrências. Ele ressalta que essa média varia de ano para ano e que, para uma análise mais refinada, seria necessário considerar períodos de férias, licenças médicas, licenças para atividade política e licenças-prêmio.
Em 2021, até a data do interrogatório (26 de outubro), o perito atendeu 105 ocorrências, resultando em uma média de 15 ocorrências por mês. Ele ressalta que a demanda interna aumentou significativamente, afetando sua produção de laudos. O perito destaca sua metodologia de priorizar laudos de drogas e armas, devido à falta de espaço para armazená-los na regional de Confresa.
O perito menciona que, antes do plano de contingência, sempre atuou priorizando esses tipos de laudos. Ele destaca que, mesmo com a demanda crescente, sua produção se manteve próxima de 60 laudos por mês entre 2015 e 2019. No entanto, em 2021, a produção aumentou devido ao aumento das ocorrências internas.
Quanto ao contexto de trabalho, o perito ressalta que a regional de Confresa possuía, na época dos fatos, apenas dois peritos, e ele era o único que residia na cidade. Destaca que o plantão é de 24 horas ininterruptas e que, em alguns casos, extrapola sua carga horária para atender às demandas.
Diversas entidades, inclusive o próprio Sindicato dos Peritos Criminais Oficiais de Mato Grosso (Sindpeco), Polícia Judiciária Civil e Polícia Militar, se manifestaram contra a decisão de demitir o servidor. O caso ainda segue na justiça.