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O que deve mexer com os preços da soja e do milho na semana?

Influência argentina nos preços da oleaginosa e do cereal e o próximo relatório do USDA são destaques à composição das cotações

06/02/2024 | 06:43

Canal Rural

O que deve mexer com os preços da soja e do milho na semana?

Foto: Reprodução

O produtor de soja e milho precisa sempre ficar atento ao cenário externo para saber o momento de comercializar a sua produção.

Neste momento, um componente entra como complicador à subida de preços: a Argentina. O país vizinho deve produzir grandes quantidades da oleaginosa e do cereal. Assim, os preços ficam pressionados. Contudo, outros fatores entram na conta.

Veja, abaixo, a análise da plataforma Grão Direto sobre o que deve influenciar as cotações dos dois grãos nos próximos dias.

Influências nas cotações da soja

Exportações norte-americanas: as vendas líquidas atingiram o menor número do ano em comercialização, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Isso vem acontecendo, principalmente, pela baixa demanda da China. Além disso, a soja dos Estados Unidos ainda apresenta custo superior em relação a outros países, até o momento. Com a queda nas cotações de Chicago, essa condição deve ser amenizada. No entanto, os custos logísticos devido aos conflitos ainda persistem, continuando a impactar significativamente o preço final da oleaginosa.

Argentina em foco: a previsão de colheita de soja foi revisada para 52 milhões de toneladas pela Bolsa de Cereais. A plantação, que já foi concluída no país, apresenta um número potencialmente significativo, mais que o dobro da produção anterior, considerando a última safra. Contudo, essa previsão é recebida com cautela devido à expectativa de calor extremo nesta semana, uma fase crucial para o desenvolvimento dos grãos.

Exportações no radar: de acordo com a Secex, as exportações brasileiras de soja atingiram 2,6 milhões de toneladas, superando mais que o triplo do volume exportado em janeiro do ano anterior, que foi de aproximadamente 800 mil toneladas. Esses números estabelecem um novo recorde para o mês, ultrapassando a marca anterior de 2,5 milhões de toneladas em 2022. É altamente provável que essas exportações estejam relacionadas às transações comerciais do ano passado, ocorridas antes da queda nos preços.

Ponderando os eventos mencionados, é possível que a soja em Chicago tenha mais uma semana negativa, com o mercado físico brasileiro seguindo a mesma direção.

Mercado do milho

Relatório oferta e demanda mundial: espera-se pouca alteração nos números. Possivelmente, o relatório manterá a expectativa de produção do Brasil. Já na Argentina, é esperado aumento na oferta do cereal. Para o milho norte-americano, ajustes na oferta e demanda podem ser feitos.

O ritmo de exportações continuará aquecido: sazonalmente, o ritmo de exportação deverá cair nos próximos meses, e começar a retornar apenas no segundo trimestre. Nesse meio tempo, o mercado interno será o grande responsável pela demanda do cereal e movimentação das cotações.

A janela de exportação poderá se antecipar: com a possível diminuição de área da safrinha 2024, a janela de exportação poderá se antecipar. Considerando a demanda global, os países compradores buscarão assegurar a aquisição do cereal para reforçar seus estoques de forma mais antecipada. Se a Argentina conseguir colher uma safra significativa, os compradores terão uma opção adicional.

Plantio da safrinha 2024: o ritmo de plantio poderá se aquecer nas próximas semanas, diante da evolução da colheita de soja em várias regiões. Até o momento, o cereal vem sendo plantado em uma janela considerada ideal, onde o risco climático é amenizado.

Considerando todo o cenário apontado acima, as cotações de milho continuarão sem forças para subir, aguardando um melhor direcionamento da safrinha 2024.

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