A Assembleia Legislativa de Mato Grosso promoveu, na tarde dessa segunda-feira (26), uma reunião entre os parlamentares, representantes do Governo do Estado e da empresa Rumo, responsável pela implantação da primeira rodovia ferrovia estadual de Mato Grosso.
Na pauta de discussões estava a mudança no traçado da estrada de ferro na cidade de Rondonópolis, que tem causado preocupação entre as lideranças políticas locais devido aos impactos econômicos que isso pode trazer.
“Nós queremos o investimento, na verdade é a maior obra que está acontecendo na região sudeste, mais especificamente em Rondonópolis, mas nós tivemos em primeira mão uma apresentação por parte da Rumo de um traçado que distava mais de 2 a 3 km de onde está hoje. De uma hora para outra a Rumo resolveu mudar o traçado e esse traçado está muito próximo dos bairros, cinquenta metros. Isso deixa a comunidade daquele local em uma situação de dúvida, querendo saber o que a Rumo tem de proposta para estar mitigando esses problemas”, explicou o deputado Cláudio Ferreira (PL).
O parlamentar defendeu que a empresa ouça as lideranças locais antes de tomar medidas como a que permitiu a mudança no traçado da estrada de ferro em Rondonópolis.
O deputado Thiago Silva (MDB) frisou os impactos da decisão para a região, especialmente aquelas que dizem respeito à economia local.
“Impactos ambientais, impactos sociais, impactos econômicos. Empreendimentos que iriam se instalar ali na região do bairro (bairro) Maria Amélia não vão se instalar mais. E também falta de documentos exigidos pelo Estatuto das Cidades, como o impacto de vizinhança. Isso não foi mostrado, não foi feito um debate tanto com os representantes do município, Câmara Municipal e Prefeitura, também com a Assembleia Legislativa porque qualquer alteração tem que ser debatida com a Assembleia e com a população”, afirmou.
No mês passado, a Assembleia Legislativa chegou a publicar um Decreto Legislativo para sustar os efeitos da licença da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), que autorizou uma mudança no traçado da ferrovia. O Tribunal de Justiça de Mato Grosso, contudo, anulou o decreto, atendendo uma ação movida pelo Governo do Estado, sob o entendimento que o Legislativo extrapolou suas competências ao sustar atos administrativos do Executivo.
“Nós queremos encontrar uma conciliação para que a gente mitigue os problemas e encontre uma solução plausível e sustentável para todo mundo, tanto para o município, para a comunidade, quanto para a Rumo que é muito importante que ela continue investindo no estado de Mato Grosso”, concluiu Cláudio Ferreira.