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FPA-MT e setor produtivo criticam PL que cria corredor ecológico da onça-pintada no Rio Araguaia

Projeto que tramita na Câmara dos Deputados em Brasília, afeta áreas de cinco estados do país  

25/06/2024 | 06:44

Redação

FPA-MT e setor produtivo criticam PL que cria corredor ecológico da onça-pintada no Rio Araguaia

Foto: Reprodução

Deputados que fazem parte da Frente Parlamentar da Agropecuária de Mato Grosso (FPA-MT) e representantes de entidades que fazem parte do Fórum Agro MT, se reuniram nesta terça-feira (18), para debater o PL 909/2024, da Câmara dos Deputados, que cria o corredor ecológico da onça-pintada em território nacional. Outra pauta que também fez parte do encontro, foi a ação do Ministério Público do Trabalho de proibição do uso do defensivo agrícola glifosato, utilizado nas lavouras para controle de ervas daninhas.  
 
Sobre o corredor ecológico da onça-pintada, o coordenador geral da FPA-MT Dilmar Dal Bosco, destacou que o autor do projeto, o deputado federal Ismael Alexandrino de Goiás, sequer ouviu os estados que serão impactados com a criação do projeto. “Não podemos aceitar uma aberração como essa. Manifesto meu total repúdio a esse projeto demonstra uma completa falta de base e estudo, e irá prejudicar severamente os produtores de Mato Grosso’’, ponderou.   
 
O PL estabelece uma faixa de 20 km de cada margem do Rio Araguaia, com traçado que passa por Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Pará e Maranhão. Para o diretor executivo do Fórum Agro MT, Xisto Bueno a medida afetará municípios em diversos aspectos. “Não afeta somente o setor agropecuário, impossibilita até mesmo o crescimento de áreas urbanas de alguns municípios. Sem mencionar que já existe a previsão na lei das Áreas de Preservação Permanente e Áreas de Reserva Legal, não havendo a necessidade da criação desse corredor, basta apenas que seja cumprido o que a legislação determina”, frisou.  
 
A ação civil pública movida conjuntamente pelo Ministério Público do Trabalho, Ministério Público de Mato Grosso e Ministério Público Federal, que tenta banir o uso do herbicida glifosato no Estado também foi pauta de discussão no encontro. Para o setor produtivo, não há estudo científico que justifique a ação e não há outro defensivo agrícola menos nocivo ao meio ambiente.   
 
O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), o deputado Carlos Avallone comparou o uso do herbicida a uso de remédios. “Em uma analogia simples, podemos comparar o uso do defensivo agrícola ao uso de remédios, que se usado na quantidade certa, na dose recomendada por especialistas, não tem problema nenhum. Inclusive, na última semana a Comissão de Meio Ambiente deu parecer contrário de forma unânime a um PL que tentava excluir o glifosato da produção em nosso estado”, afirmou.   
 
O glifosato é o herbicida mais utilizado atualmente no Brasil, classificado pela ANVISA (2010) como produto da classe IV, Pouco Tóxico. Não havendo nenhum produto no mercado que o substitua com menor toxicidade. Inclusive esse foi um dos motivos pelos quais a União Europeia, recentemente, revalidou por mais dez anos a sua autorização de uso nas lavouras de todo o bloco.   
 
“Não há estudos científicos suficientes para basear a ação proposta na Justiça do Trabalho, e esse foi um dos motivos que embasaram fortemente a decisão de primeira instância para não dar ganho de causa para o MP”, complementou Xisto Bueno.

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