O ex-superintendente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), José Luiz Martins Fidelis, acusou o ex-aliado Vilmondes Sebastião Tomain, que comanda a instituição atualmente, de privilegiar pessoas ligadas à família dele nos postos de comando dentro da federação.
Conforme nota para os presidentes, diretores e conselheiros do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT), Vilmondes Tomain teria contratado uma ex-cunhada para assumir a gerência de almoxarifado e infraestrutura, o ex-marido de uma sobrinha para o cargo de gerente de planejamento e o sobrinho de sua esposa para ser o supervisor de promoção social.
“E mais uns 3 cargos chaves que foram advindos de indicação familiar, provendo uma falta de compromisso com os princípios para o qual fora conduzido ao cargo”, diz a nota.
Fidelis questiona se a instituição ainda é a “casa da família rural” ou se é a casa “da família do Presidente”.
O documento também aponta que a Comissão da Mulher Famato, se tornou “uma Famato paralela”, sem objetividade em sua atuação, apesar o orçamento ultrapassar R$ 1,1 milhão.
Além disso, apontou que o presidente do conselho da instituição concentra o poder de “aprovação monocrática” sobre patrocínios, apontando “escolhas e valores diferentes sem uma justificativa plausível, com distorção de valores”.
Conforme José Luiz Martins Fidelis, os colaboradores estariam trabalhando “na maior tensão já vista num ambiente corporativo”, em decorrência da “prepotência, arrogância e a soberba” dos dirigentes, “com o aval do Presidente”.
Além disso, a proximidade de Fidelis com outro ex-presidente da Famato, Normando Corral, a ponto de José Luiz Martins Fidelis ser acusado de repassar informações internas da instituição. Em outra ocasião, relata quase ter sido demitido por dizer que Vilmondes Sebastião Tomain ficaria “mais idiota e abestado que já é”, ao felicitar a filha dele por sua gravidez.
Fidelis, que diz ter sido um dos fundadores da Famato, disse, ainda que se arrependeu de ter confiado na palavra de Tomain, quando decidiu apoiá-lo.
“Meu erro foi ter aberto mão de uma vaga na diretoria da Famato e ter acreditado que a mera construção de um projeto em conjunto, baseado na palavra, seria o suficiente para caminharmos durante 04 anos juntos”, diz a nota.
Por fim, Fidelis sinaliza fazer oposição à Tomain, com vistas a voltar para a gestão da Famato no próximo processo eleitoral. “A grande sacada da democracia e a possibilidade da mudança que é feita de 4 em 4 anos”, afirmou.
Por fim, acrescentou que, como “já dizia o poeta: ‘Quem sabe faz a hora, não espera acontecer’. Mas meu falecido pai era mais direto: ‘Pra conhecer um caboclo, tem que comer 1 saco de sal juntos’”.
Outro lado
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Famato, que informou que não vai se manifestar sobre a nota.