O governador Mauro Mendes (União) afirmou na manhã desta sexta-feira (27), que já alertou as autoridades, de diversos setores, sobre a tentativa de as organizações criminosas tentarem se infiltrar na política de Mato Grosso ao lançarem candidatos nas eleições municipais deste ano. Ele pontuou que cobrou das Forças de Segurança para que atuem de forma mais contundente na apuração desses casos.
"Eu mesmo já alertei algumas autoridades e temos o dever de fazer isso, tenho cobrado das nossas Forças de Segurança investigações nesse sentido, porque não dá pra admitir essas coisas que estamos vendo aí no Mato Grosso e no Brasil", declarou.
Esta semana, foi divulgado que o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado estaria investigando, ao menos, 20 candidaturas supostamente financiadas por uma facção criminosa no estado. Os alvos, monitorados, são de Cuiabá, Várzea Grande, Nobres, Cáceres, Sinop, Primavera do Leste, Sorriso e Alta Floresta.
Mauro, em sua cobrança, voltou a reafirmar que a culpa do avanço acelerado do crime organizado no país é em decorrência das leis frouxas que não refletem a realidade das cidades brasileiras.
"O grande culpado é a lei omissa, frouxa, que não retrata o instrumento adequado para combater o crime. Enquanto o crime é organizado ele está se infiltrando nas atividades econômicas, no mundo público e elegendo vários níveis de representantes para interferir dentro da administração pública. Olha o quanto isso é perigoso. Nós estamos há décadas chamando isso de crime organizado e o estado brasileiro batendo cabeça", afirmou.
"Não sabe o que fazer, um acha que para combater o crime organizado, para diminuir a violência tem que colocar câmera na farda dos policiais, tem que chamar os bandidos de oprimidos socialmente, tratados de forma lúdica, então é o crime organizado versos o estado desorganizado que bate cabeça com a lei totalmente incompatível com as necessidades que temos hoje", emendou governador.
Advogado financiado por facção
Na manhã desta sexta-feira, a Polícia Civil deflagrou a Operação Infiltrados para cumprimento de 73 ordens judiciais contra integrantes de uma organização criminosa envolvida no tráfico de entorpecentes em 21 bairros do município de Rondonópolis.
Entre os alvos, está o candidato a vereador pelo município, Dr. Ary Campos (PT). De acordo com a autoridade policial, ele estaria sendo financiado por uma facção.
Por conta da aproximação das eleições, o advogado não foi preso, já que o Código Eleitoral estabelece a proibição da prisão de candidatos, independente do cargo que concorram, nos 15 dias que antecedem a eleição, salvo os casos em flagrante.
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