O governador Mauro Mendes (União) lamentou e classificou como "muito ruim" o afastamento de cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) no âmbito da Operação Última Ratio, deflagrada nesta quinta-feira (24), que também cumpriu mandado contra um lobista em Cuiabá, o empresário Andreson de Oliveira Gonçalves. A ação teve como objetivo de desarticular um esquema de vendas de sentenças.
Sem entrar em detalhes, Mauro defendeu uma apuração rígida para que não haja "impunidade".
“Sempre é muito ruim. Se o próprio Judiciário determina uma intervenção dessa é que provavelmente alguma coisa deve existir nos autos, que levaram a essa determinação", disse à imprensa.
Os magistrados do TJMT afastados são: Sergio Fernandes Martins, presidente do TJMS; Vladimir Abreu da Silva; Marco José de Brito Rodrigues; Sideni Soncini Pimentel; e Alexandre Aguiar Bastos. Já o mandado de busca e apreensão contra o lobista foi cumprido na casa do empresário no condomínio Alphaville 1, em Cuiabá, mas ele não estava em casa. A reportagem apurou que ele viajou para Goiânia no dia 22 deste mês. Para ordem ser cumprida, foi necessário arrombar a porta da casa.
"Vamos esperar, mas com certeza todos nós brasileiros lamentamos e aguardamos a apuração para que nada fique na impunidade”, acrescentou.
Conforme o jornal Folha de S. Paulo, a ação é continuidade de uma operação de 2021 que obteve novos elementos a partir do acesso ao conteúdo extraído do aparelho celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em Cuiabá em dezembro de 2023.
A informação é que o esquema ainda envolveria magistrados em Mato Grosso e ministros do Superior Tribunal de Justiça. Ao todo, a operação cumpriu 44 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça em Campo Grande (MS), Brasília (DF), São Paulo (SP) e Cuiabá.