A presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), desembargadora Clarice Claudino, garantiu colaboração com a Operação Ultima Ratio, deflagrada pela Polícia Federal para investigar possíveis crimes de corrupção em vendas de decisões judiciais.
A ação, que também investiga esquema de lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas, determinou o afastamento de cinco desembargadores do Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul. Um lobista de Cuiabá, o empresário Andreson de Oliveira Gonçalves, também foi alvo.
Os magistrados do TJMT afastados são: Sergio Fernandes Martins, presidente do TJMS; Vladimir Abreu da Silva; Marco José de Brito Rodrigues; Sideni Soncini Pimentel; e Alexandre Aguiar Bastos. Já o mandado de busca e apreensão contra o lobista foi cumprido na casa do empresário no condomínio Alphaville 1, em Cuiabá, mas ele não estava em casa. A reportagem apurou que ele viajou para Goiânia no dia 22 deste mês. Para ordem ser cumprida, foi necessário arrombar a porta da casa.
De acordo com Clarice Claudino, o TJ de Mato Grosso não foi notificado sobre as ações da PF, entretanto, garantiu contribuir com o que for necessário.
“Temos essa operação da Polícia Federal e nós ainda não sabemos ao certo, não fomos notificados, não sei a extensão, mas estamos à disposição e atentos para o que o Tribunal puder contribuir. Nós estamos absolutamente à disposição das autoridades”, declarou.
As investigações acontecem após análise de interceptações realizadas no aparelho celular do advogado Roberto Zampieri, morto a tiros na frente de seu escritório em Cuiabá, no ano passado.
Apesar de o TJMT e nenhum de seus membros ter sido alvo da operçaão, a informação da Folha de SP é que magistrados de Mato Grosso também estariam envolvidos no esquema. Além disso, ministros do Supremo Tribunal de Justiça também estariam sendo investigados.