O governador Mauro Mendes (União) viu com bons olhos a retratação do Carrefour, nesta terça-feira (26), sobre a polêmica declaração do CEO global do grupo, que questionou a qualidade da carne produzida no Brasil e nos demais países do Mercosul, inclusive suspendendo a aquisição do produto nesses países.
Conforme Mendes, a França é um parceiro comercial muito pequeno quando se fala em carne, mas que não seria possível admitir que tratassem dessa maneira o principal setor da economia brasileira, o agro. Mauro chegou a propor um boicote ao supermercado Atacadão, controlado pelo grupo francês.
“A França é um comprador muito pequeno do Brasil, a própria União Europeia [é uma compradora muito pequena], mas independente do tamanho, da relevância que esse comprador tem, nós não poderíamos aceitar alguém tratar o mercado brasileiro, tratar a carne brasileira com tamanho desdém, desrespeito como ele fez”, disse em entrevista ao Metropoles.
Em comunicado aos produtores franceses, o executivo do Carrefour, Alexandre Bompard, disse que a carna do Mercosul não tinha o mesmo padrão de qualidade da carne produzida na França. A declaração acirrou os ânimos dos produtores e levou frigoríficos a suspenderem o fornecimento do produto para as empresas do grupo.
“A forma como ele se dirigiu no comunicado aos produtores franceses deixou em xeque a qualidade do nosso produto, que diga-se de passagem, é considerada uma das melhores carnes do planeta”, destacou o governador.
"Não poderíamos jamais permitir que alguém nos tratasse com tamanho desrespeito e sem que tivesse uma reação à altura, que foi encabeçada por muitos líderes aqui no país e engrossada pelo segmento de industrialização da carne no nosso país”, acrescentou.
Para Mauro, a pressão dos produtores brasileiros deu certo e ficou claro para o supermercado francês que ele pode comprar de quem quiser, mas não pode difamar o agro brasileiro.
“O Carrefour teve que retroceder porque cometeu um grande equívoco ao tratar o nosso país, o nosso setor do agro, setor da carne, da forma com que ele fez nesse comunicado aos produtores franceses. Se ele quer comprar de A, de B ou de C, ele tem todo o direito, mas ele não tem direito nenhum de se referir ao Brasil e ao nosso setor da forma como ele fez”, concluiu.