O governador Mauro Mendes (União Brasil) criticou o pacote de ajustes fiscais nas contas públicas, anunciado pelo Governo do presidente Lula da Silva (PT), através do ministro da Fazenda Fernando Haddad, na última quarta-feira (27). O chefe do Executivo estadual informou que o corte de receitas proposto vai fazer Mato Grosso perder cerca de R$700 milhões por ano.
“O Brasil inteiro acompanhou, muitos aqui acompanharam esse episódio aí do Governo Federal que tem falado. Ficou um mês falando que ía cortar gastos, reuniões e mais reuniões para cortar gastos e o primeiro anúncio que fez foi de corte de receita. Cortou receitas, inclusive do Estado de Mato Grosso. Com aquela mudança na faixa do Imposto de Renda, Mato Grosso vai perder, quando implantar, em torno de R$700 milhões por ano”, disse Mauro Mendes durante o seu discurso no lançamento de um edital para concessão de seis lotes de rodovias estaduais.
Dentre as medidas apresentadas por Haddad está a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$5 mil por mês, limite para o aumento do salário mínimo e uma alíquota de 10% para quem ganha acima de R$600 mil por ano.
Segundo Mauro Mendes, a informação de que Mato Grosso irá perder cerca de R$700 milhões por ano com a isenção do IR veio da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz), que já realizou um levantamento dos prejuízos.
O governador mostrou sua preocupação com as propostas de mudanças tributárias e ressaltou que as medidas de modernização é uma forma de preparar Mato Grosso e construir uma base sólida para que a população mato-grossense possa enfrenta-las. “Se vem um problema pela frente, se prepare. Porque quando ele chegar, se você estiver preparado, você vai enfrentar isso com uma condição muito melhor. Se vem um vendaval, finca os pés no chão. Não vamos construir casinha de papel, de papelão. Vamos fazer com bases sólidas o nosso desenvolvimento até lá, porque quando isso mudar, nós estaremos melhor”, ressaltou.
A proposta do novo pacote de ajustes ficais precisa de aprovação do Congresso Nacional e será apresentada pelo Executivo federal em duas partes, uma em Projeto de Lei e outra em Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que deverão ser votadas ainda este ano.