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Por que governo classificou marcas apelidadas como 'café fake' como impróprias para o consumo?

Produtos não tinham café entre seus ingredientes e não podem ser considerados alimento, diz Ministério da Agricultura

24/05/2025 | 08:41

G1

Por que governo classificou marcas apelidadas como 'café fake' como impróprias para o consumo?

Café fake apreendido

Foto: Reprodução

As marcas Melissa, Pingo Petro e Oficial de "pó para preparo de bebida sabor café", apelidado de "café fake", são impróprias para consumo, informou o Ministério da Agricultura nesta sexta-feira (23).

A categoria, que não é o mesmo que o pó de café, pode confundir consumidores porque tenta imitar as embalagens de marcas famosas — a descrição "pó para preparo de bebida sabor café" fica em letras pequenas, na parte de baixo dos pacotes. Além disso, ele é mais barato.

Por que não servem para consumo? Os produtos eram feitos apenas de impurezas e matérias estranhas, sem apresentar café em sua composição, informou o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov) do Ministério da Agricultura, Hugo Caruso.

Segundo ele, os itens das três marcas eram feitos de "lixo da lavoura" – grãos ardidos, defeituosos, que são dispensados no processo de produção de café,
A legislação brasileira permite um limite de 1% de impurezas e matérias estranhas na produção de café. Sendo que:
  • matérias estranhas são pedras, areia, grãos ou sementes de outras espécies vegetais, como de erva daninhas;
  • e impurezas são galhos, folhas e cascas.

A lei, porém, proíbe completamente os chamados elementos estranhos, que são grãos ou sementes de outros gêneros (como milho, trigo, cevada), corantes, açúcar, caramelo e borra de café solúvel ou de infusão.

Além disso, os três lotes continham níveis de micotoxinas (uma toxina cancerígena) superiores ao tolerado pela legislação.

Após a apreensão dos produtos das três marcas, em fevereiro, o governo já havia dito que os ingredientes encontrados na análise mostraram que eles não poderiam ser considerados alimento. Na época, os nomes das marcas não foram revelados, apenas as localizações de suas fábricas: São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Em resposta ao g1, a empresa responsável pelo Melissa afirmou que o "produto não é comercializado nem rotulado como 'café torrado e moído'" e que "não utiliza exclusivamente grãos de café, mas sim uma formulação alternativa legalmente permitida".

O g1 aguarda respostas das marcas Oficial e Pingo Preto.

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