Um golpe tem preocupado advogados e clientes em Confresa e municípios vizinhos: criminosos estão se passando por advogados para aplicar fraudes utilizando dados de processos reais. A prática foi detalhada pela advogada e Presidente da Comissão da Jovem Advocacia (COJAD), Janaína Melo, em entrevista ao site Olhar Alerta.
Segundo ela, os golpistas acessam informações públicas de processos judiciais e entram em contato com as vítimas se identificando como os advogados responsáveis pelas ações. Após convencerem os clientes de que a causa foi ganha, informam que um suposto representante do Tribunal de Justiça fará contato para solicitar dados bancários e pessoais.
Na sequência, outro integrante do grupo liga fingindo ser servidor do tribunal, solicitando CPF, códigos enviados por e-mail ou celular e, com isso, obtém acesso a contas bancárias. “É um golpe que tem causado enormes prejuízos financeiros”, afirmou Janaína.
Entre os principais sinais de alerta estão ligações de números desconhecidos, mudanças repentinas de contato por parte de quem se apresenta como advogado e links suspeitos enviados por aplicativos de mensagens. A advogada reforça que o Tribunal de Justiça nunca entra em contato diretamente com clientes para repasse de valores — essa é uma atribuição exclusiva do advogado constituído no processo.
A facilidade de acesso aos processos eletrônicos, que não estão sob segredo de justiça, também favorece a ação dos criminosos. Janaína informou que há investigações em andamento para identificar quem está acessando indevidamente essas informações.
Para verificar se um profissional está regularmente inscrito na OAB, a orientação é acessar o site do Cadastro Nacional dos Advogados (CNA), onde é possível conferir nome, número de inscrição, telefone e outras informações oficiais.
A advogada orienta que, ao receber qualquer mensagem suspeita, o cliente entre em contato diretamente com seu advogado pelo número habitual ou vá pessoalmente ao escritório. “Jamais realize pagamentos antecipados, especialmente em ações trabalhistas ou previdenciárias”, alertou.
Caso a vítima perceba que foi enganada, é essencial registrar boletim de ocorrência o quanto antes para que as autoridades possam investigar o caso e tentar responsabilizar os envolvidos.