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Suplementação de magnésio: entenda os tipos e saiba o efeito de cada um

Mineral atua na produção de energia, regula sono e ansiedade, protege articulações e pode auxiliar no tratamento de doenças neurológicas e inflamatórias

17/10/2025 | 07:27

G1

Suplementação de magnésio: entenda os tipos e saiba o efeito de cada um

Foto: Adobe Stock

O magnésio é um dos minerais mais importantes do corpo. Ele participa de mais de 300 reações bioquímicas no organismo e é dividido em cinco tipos diferentes — cada um com funções específicas.

A nutricionista e mestre em Ciências da Saúde Virginia Sgorlon destaca que o magnésio é o “maestro” das reações químicas do organismo. Por isso, ela defende a checagem do mineral em exames de rotina.

Principais funções do magnésio no corpo

O mineral atua principalmente em:
  • Recuperação muscular
  • Proteção articular
  • Relaxamento (participa da formação de melatonina e serotonina)
  • Neuroplasticidade

Além disso, está relacionado a:
  • Produção de energia para as células
  • Síntese proteica
  • Transporte de íons pelas membranas
  • Estabilidade neuromuscular
  • Ritmo cardíaco
  • Pressão arterial
  • Regulação do sono e da ansiedade

Doenças e condições em que o magnésio pode ajudar

A suplementação com magnésio é especialmente indicada na área musculoesquelética. Por isso, pode fazer parte do tratamento de:
  • Parkinson
  • Esclerose múltipla
  • Úlcera estomacal
  • Gastrite
  • Colite (inflamação no intestino)
  • Fibromialgia
  • Artrite reumatoide

Os cinco tipos de magnésio
  • Treonato: melhora foco, cognição, relaxamento muscular e qualidade do sono.
  • Glicina (ou glicinato): auxilia na síntese de colágeno, na proteção articular e no controle da ansiedade e da insônia.
  • Taurato: atua na modulação do neurotransmissor GABA (envolvido na liberação de serotonina e dopamina) e auxilia na destoxificação do corpo.
  • Dimalato: contribui para a produção de energia, melhora dores articulares e é usado em terapias da dor, como nos casos de fibromialgia. Tem alta absorção.
  • Cloreto de magnésio: favorece a motilidade intestinal e pode ter efeito laxativo indesejado em algumas pessoas. Sua absorção é mais baixa se comparada a outras apresentações de magnésio.

Além dos cinco tipos citados acima, nutricionistas podem prescrever também o magnésio junto com a vitamina B (Inositol) e com o ácido cítrico (citrato):
  • Inositol (magnésio com vitamina B): indicado para insônia, motilidade intestinal, cãibras e relaxamento muscular.
  • Citrato (magnésio com ácido cítrico): ajuda a reduzir o pH estomacal e melhora a motilidade intestinal, porém também não é tão bem absorvido.

Como suplementar magnésio

A suplementação pode ser feita em cápsulas ou em pó, de acordo com o tipo do mineral. Ela costuma ser mais indicada a partir dos 40 anos, quando a absorção de minerais diminui, e sempre deve ter orientação profissional. Isso porque, em excesso, o magnésio faz mal.

Dose recomendada: apenas o inositol tem dosagem definida (de 4 a 5 g). Nos demais, a concentração varia de 200 a 300 mg, segundo Sgorlon.

Para praticantes de atividade física, nutricionistas costumam indicar a combinação de dimalato, treonato e glicina na mesma cápsula. Essa composição ajuda na recuperação muscular, na contração e na prevenção de cãibras.

Um estudo com 4.039 adultos norte-americanos acima de 45 anos mostrou que o aumento da ingestão de magnésio na dieta foi associado a maior expectativa de vida.

Fontes alimentares de magnésio

O mineral está presente em:
  • Folhas verdes escuras, como couve e espinafre
  • Oleaginosas (amêndoas, nozes e castanhas)
  • Sementes de gergelim, abóbora e chia
  • Feijão e lentilha
  • Aveia, quinoa e trigo integral
  • Abacate e banana
  • Chocolate amargo (mínimo 80% de cacau) ou cacau em pó
  • Peixes
  • Laticínios

Como identificar a falta de magnésio

Cerca de 60% do magnésio do corpo está nos ossos, 30% a 35% nos músculos e apenas 1% no sangue. Por isso, exames laboratoriais podem não refletir toda a deficiência.

A avaliação clínica considera sinais como:
  • Cãibras frequentes
  • Dores articulares
  • Dificuldade de foco e concentração
  • Névoa mental
  • Demora na recuperação muscular
  • Insônia

No sangue, os níveis devem estar entre 1,7 e 2,2 mg/dl.

Sgorlon ressalta que é importante investigar os hábitos de vida antes de indicar a suplementação:

“A suplementação está muito em alta, mas é preciso avaliar todos os hábitos. Tem profissionais que suplementam tudo. E as pessoas querem tanto fazer parte desta comunidade, que se o nutricionista não passa muitas vitaminas, o paciente fica chateado. Eu sugiro ir mais a feira, onde há todos esses minerais”, defende a nutricionista.

Riscos do excesso de magnésio

O magnésio em excesso pode se acumular no organismo e causar:
  • Diarreia
  • Náuseas
  • Queda da pressão arterial
  • Alteração da frequência cardíaca
  • Dificuldade respiratória
  • Fraqueza muscular

Como o mineral é eliminado pelos rins, pessoas com insuficiência renal devem ter cuidado redobrado.

“Não é porque é um mineral que não pode fazer mal. O excesso pode causar fraqueza muscular, e a pessoa pode achar que está com deficiência, quando na verdade é o contrário”, alerta Sgorlon.

Mitos sobre o magnésio

Entre os mitos mais comuns estão:
  • Ajudar no emagrecimento
  • Regular insulina em diabéticos
  • Curar ansiedade e depressão
  • Eliminar qualquer tipo de cãibra

Embora exista relação entre baixos níveis de magnésio e sintomas de ansiedade ou depressão, ele não substitui acompanhamento médico e psicológico.

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