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Seduc cobra R$ 10,6 mil de ex-gestores de escola indígena de São José do Xingu por sumiço de verba da merenda

Notificação publicada em Diário Oficial busca ressarcimento de recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) de 2019 e apura supostas irregularidades na Escola Estadual Indígena Bitahama

22/10/2025 | 09:17

Redação

Seduc cobra R$ 10,6 mil de ex-gestores de escola indígena de São José do Xingu por sumiço de verba da merenda

Foto: Reprodução

Uma dívida de R$ 10.675,11, referente a verbas da merenda escolar de 2019, coloca ex-gestores da Escola Estadual Indígena Bitahama, em São José do Xingu, na mira da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (SEDUC). A cobrança, oficializada por meio de um edital de notificação, busca não apenas reaver os valores para os cofres públicos, mas também esclarecer o que aconteceu com o dinheiro. O fato de os envolvidos estarem em “local incerto e não sabido”, segundo o documento, adiciona uma camada de complexidade ao caso.

O edital e os nomes

A convocação pública, divulgada no Diário Oficial do Estado na última segunda-feira, 20 de outubro, é a ferramenta que a SEDUC encontrou para localizar os responsáveis. O processo administrativo SEDUC-PRO-2023/115043 foi instaurado para “apurar supostas irregularidades funcionais e a necessidade de ressarcimento ao erário, cometidas pelos membros do CDCE à época dos fatos”.

Os notificados são três ex-membros do Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar (CDCE) da unidade de ensino. Foram chamados a prestar contas o diretor da época, Yakarewa Juruna; o presidente do conselho, Payawa Juruna; e o tesoureiro, Tawayaku Kaiabi. Eles eram as figuras centrais na administração dos recursos da escola naquele período. O que aconteceu com a verba destinada à alimentação dos alunos? Essa é a pergunta que o processo tenta responder.

Prazo final para defesa

A partir da publicação, os ex-gestores têm um prazo curto, de apenas 10 dias, para se apresentarem na sede da Superintendência de Convênios e Prestação de Contas (SUCP) da SEDUC, em Cuiabá. As opções são claras e diretas. A primeira é a devolução integral do débito de R$ 10.675,11. A segunda, “apresentar documentação para saneamento das irregularidades apontadas”, conforme especifica o edital assinado pela Secretária Adjunta Executiva, Flávia Emanuelle de Souza Soares.

O silêncio, contudo, terá consequências graves. Caso os notificados não se manifestem dentro do prazo, o processo seguirá seu curso. A ausência de resposta resultará no encaminhamento do caso à Procuradoria Geral do Estado (PGE), que tomará as medidas para a “inscrição em dívida ativa”. Na prática, isso transforma a cobrança administrativa em uma dívida oficial com o Estado, sujeita a execução judicial. A questão que fica é se o edital será suficiente para que a notificação cumpra seu propósito e traga os ex-gestores para o centro da apuração.

Para entender melhor:
  • PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar): Programa do governo federal que transfere recursos financeiros para estados e municípios para garantir a alimentação escolar dos alunos da educação básica pública.
  • CDCE (Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar): Órgão colegiado presente nas escolas públicas, com participação de pais, alunos, professores e funcionários. É responsável por deliberar sobre questões pedagógicas, administrativas e financeiras, incluindo a gestão de verbas como as do PNAE.
  • Erário: Termo jurídico que se refere ao tesouro público, ou seja, ao conjunto de recursos financeiros do Estado. Ressarcimento ao erário significa devolver dinheiro aos cofres públicos.
  • Dívida Ativa: Quando uma pessoa ou empresa tem uma dívida com o governo (seja por impostos não pagos, multas ou, como neste caso, ressarcimentos) e não a quita no prazo, seu nome é inscrito em um cadastro de devedores. A partir daí, o governo pode cobrar a dívida judicialmente.

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