O deputado estadual Eduardo Botelho (União) subiu o tom contra o Governo do Estado no debate sobre o Orçamento do ano de 2026.
Ele pediu a presença do secretário de Fazenda, Rogério Gallo, na audiência sobre o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) do próximo ano, que tramita no Poder Legislativo. O Governo foi representado pelo secretário Adjunto de Orçamento, Ricardo Capistrano.
O projeto estima a receita e fixa as despesas em R$ 40,7 bilhões para 2026, com expansão cerca de 11%, se comparado com o Orçamento de R$ 37 bilhões de 2025, segundo dados da Sefaz.
"O secretário tem que dar importância para isso aqui. Na próxima sessão que fizermos, caso ele não compareça, não vamos realizar. Tem que vir dar importância para essa Casa", disse o deputado de forma incisiva ao falar sobre a proposta do orçamento.
"Esta Casa nunca chantageou o governador. Nunca negociou recurso para deputado para aprovar projeto do Governo”, reclamou.
“Todo ano o Governo promete que vai adequar e não está adequando. Sempre estamos dando crédito para o Governo. A paciência chegou ao limite", acrescentou.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa, da qual Botelho é presidente, realizou a primeira audiência pública nesta terça-feira (4) para debater a LOA. A próxima audiência pública na AL sobre o Orçamento deve ser feita no dia 18 de novembro, antes da votação em plenário.
O deputado disse também que em anos anteriores o Governo do Estado concordou com os deputados de que faria adequações para trazer o orçamento mais próximo da realidade, o que não tem sido cumprido, segundo os parlamentares.
Os deputados criticam o orçamento subestimado, menor do que o valor a ser realizado este ano, e supostamente fora da arrecadação real do Estado.
O próprio presidente da Assembleia, deputado Max Russi (PSB), já citou o exemplo da Saúde sobre o orçamento. “Na questão da Saúde, o orçamento para o próximo ano é R$ 1,3 bilhão a menos do que gastou esse ano”, disse.
Temperatura pré-eleitoral
A posição de Max e Botelho segue em uma linha mais crítica, recentemente adotada por deputados em relação ao Executivo quando se trata do debate sobre o Orçamento.
Entre observadores da política e seus bastidores, o debate pré-eleitoral estaria interferindo nas tratativas do orçamento, além do não pagamento de algumas emendas impositivas aos parlamentares por parte do Palácio Paiaguás.
