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09/04/2020 | 07:59 | Atualizada: 09/04/2020 | 08:22

Araguaia têm apenas 1 leito de UTI para cada 10 mil habitantes, diz nota técnica da UFMT

Uma nota técnica publicada pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) traz alertas e aponta medidas de controle necessárias para a contenção do novo coronavírus no estado. A publicação ainda ressalta a preocupante má distribuição dos equipamentos de manutenção da vida (respirador/ventilador, reanimador pulmonar, entre outros) nas regiões de Mato Grosso. 
 
A medida seguida nas unidades de saúde por todo o Brasil, de testar apenas pacientes em estado mais avançado dos sintomas de Covid-19, pode contribuir para a subnotificação dos casos e dificultar a adoção de medidas mais urgentes e necessárias, além de contribuir para a ampliação da possibilidade de contágio. 
 
“A detecção precoce de casos, por meio da realização de teste em suspeitos, é um fator fundamental para conter a disseminação do novo coronavírus. Fazer os exames apenas para os pacientes mais graves pode gerar estatísticas que não correspondem à realidade e também faz com que as pessoas com sintomas mais leves continuem transmitindo o vírus”, destaca da nota técnica. 
 
Como medidas que precisam ser adotadas, a publicação ainda ressalta a importância do distanciamento social e faz críticas à decisão do governador Mauro Mendes (DEM), que liberou via decreto, no dia 26 de março, a abertura de grande parte dos estabelecimentos comerciais no estado. De acordo com a nota, a determinação coloca em risco a saúde da população mato-grossense. É importante ressaltar, entretanto, que, na prática, em relação ao comércio, cada o município segue as determinações de sua Prefeitura e não do Governo Estadual.
 
Outro ponto levantado pelo Instituto de Saúde Coletiva é a desigualdade regional na distribuição dos leitos, na proporção no Sistema Único de Saúde (SUS) e na quantidade de equipamentos de manutenção da vida pelo estado. Em Mato Grosso, duas regiões de saúde não dispõem de leitos de UTI (Médio Araguaia e Norte Araguaia Karajá) e quatro têm menos de 1 leito por 10 mil habitantes (Araguaia Xingu, Centro Norte, Sudeste mato-grossense e Vale do Peixoto). Cenário preocupante até para a região mais assistida no estado, a Baixada Cuiabana. 
 
A sobrecarga do sistema é o que há de mais preocupante para Mato Grosso, segundo a nota técnica. Os pesquisadores estimatimam o aumento das internações por problemas do aparelho respiratório nas próximas semanas no estado, tendo em vista que em 2019, 1/3 das internações por essa razão ocorreram nos meses de abril, maio e junho.
 
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