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04/07/2020 | 09:28

Mendes diz que MT vive “momento de guerra” e critica prefeitos

O governador Mauro Mendes (DEM) classificou como “momento de guerra” a situação enfrentada em Mato Grosso em decorrência do aumento desenfreado dos casos da Covid-19 no Estado. 

Segundo números do próprio Governo, o Estado saiu de 79 óbitos pelo novo coronavírus, no dia 3 de junho, para 706 mortes no boletim da última quarta-feira (2/7). 

Em entrevista à GloboNews, na manhã desta sexta (3), Mendes disse que a escalada nos números deve-se, entre outros pontos, aos baixos índices de isolamento social. 

Na ocasião, ele ainda voltou a criticar prefeitos que, na sua visão, anteciparam medidas mais restritivas de circulação que deveriam estar sendo tomadas agora.

“Nos últimos 15 dias tivemos um número crescente de casos e mortes. Isso deve-se ao pequeno nível de distanciamento social em Mato Grosso. No último mês, as atividades econômicas estão muito próximas do normal. Há pouco distanciamento”, disse. 

“Agora, precisávamos ter um distanciamento maior, mas há resistência da população e de alguns prefeitos no sentido de adotar medidas adequadas. Estamos vivendo um momento de guerra. E em momentos como este, todos devem fazer sua parte, seja prefeito, governador, Governo Federal, Ministério Público ou o próprio Poder Judiciário”, emendou. 

Em dado momento da entrevista, Mendes foi questionado se não caberia ao Estado impor medidas aos municípios, especialmente, os que apresentam maiores índices de contágio da doença. 

“Como governador, não posso fazer um decreto cidade a cidade, até porque existe uma decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso dizendo que quem toma as medidas são os prefeitos”, justificou. 

“Lá atrás, quando gestores queriam fechar tudo e nós achávamos que não era o momento, fiz um decreto dizendo que não era a hora de adotar medidas restritivas mais severas. O MPE entrou na Justiça, derrubou o decreto e  saiu a decisão dizendo que quem determina as ações são os prefeitos”, afirmou. 

Medidas 

Mendes afirmou, também, que o Governo tem atuado de forma a ampliar o número de leitos de Unidade de Tratamento Intensiva (UTIs) no Estado – cuja lotação passa de 94%. 

Além disso, disse buscar adquirir remédios que serão distribuídos nas redes básicas de saúde. 

“Temos ciência da dificuldade. Cada um dos entes tem que fazer seu papel. O Governo faz a alta complexidade e está comprando remédios de atenção – o que é uma responsabilidade das Prefeituras. Mas fazemos para ajudar no tratamento das pessoas evitando que elas cheguem às UTIs em estágio avançado da doença”, disse. 

“Hoje, os 141 municípios têm realidades de contaminação diferentes. O Governo os classifica de acordo com dados epidemiológicos e recomenda o que cada prefeito deve fazer. Muitos prefeitos, na hora certa, não querem tomar as medidas e a própria população parece que não quer ou está fazendo de conta não entender o tamanho do problema que temos”, completou.
 
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